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Nascido no ES, Rubem Braga faria 102 anos em 2015
Capixaba nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em janeiro de 1913.
Em 14/01/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Com a capacidade de transformar assuntos do cotidiano em textos inesquecíveis, o cronista capixaba Rubem Braga completaria 102 anos na última segunda-feira (12), caso estivesse vivo. Nascido na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado, no dia 12 de janeiro de 1913, o 'sabiá da crônica', como ficou conhecido, contribuiu fortemente para manter viva a cultura capixaba e levar o nome de sua cidade natal para ser conhecido em todo o Brasil.
Durante a infância, o capixaba viveu em uma casa na Rua 25 de Março, onde também teve os seus primeiros contatos com as palavras, aprendendo a ler e a escrever. Mais tarde, esse mesmo imóvel serviria de inspiração para os seus textos, junto com o centenário pé de fruta-pão, uma planta que ele utilizava como espada nas brincadeiras, e a vista que apreciava da janela da residência. Ainda quando criança, ele estudou no centro operário, onde fez os seus primeiros textos. Após estudar no Rio de Janeiro, ele cursou direito em Minas Gerais, mas nunca exerceu a profissão.
Mesmo quase 25 anos após a sua morte, muitos admiradores mantém viva a sua obra, como é o caso do escritor Evandro Moreira, que diz que "ele (Rubem) fez crônicas tão bonitas que não podem ser alcançados por muitos poemas".
As obras de Rubem Braga e as mensagens passadas por elas acabaram atraindo o advogado e também escritor Higner Mansur, que coleciona livros, revistas e outras publicações sobre o cachoeirense. "A gente lê a crônica dele, e não tem uma palavra que já está vencida, que ninguém sabe mais o que que é. Isso que faz permanecer o cronista. Ele sabe usar a palavra intertemporal, então quem sabe fazer isso é muito difícil ser esquecido", declarou.
Para o advogado, Rubem Braga foi uma figura importante para a popularização da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. "A crônica para ele é tão importante quanto Cachoeiro. Então é uma coisa só, é incompatível nesse sentido de divulgar a nossa cidade", explicou. Prova disso é que quando morreu, em dezembro de 1990, ele teve o seu último pedido atendido, com suas cinzas sendo jogadas sobre o Rio Itapemirim.
Casa dos Braga
A casa onde Rubem Braga e a família moraram virou Patrimônio Histórico Cultural e abrigou, por anos, a Biblioteca Municipal. Em 2013, o prédio foi desocupado para ser restaurado, o que ainda não aconteceu. Na época, cerca de 14 mil livros, selos e diversas fotografias que faziam parte do acervo de Rubem e do irmão foram retiradas do local que, mais de um ano depois, permanece com as portas fechadas.
O gerente de Patrimônio Imaterial da cidade, Lucimar Costa, falou sobre os andamentos das obras. "Foi feita a primeira parte da licitação para a contratação das duas empresas, uma para fazer os projetos do restauro e outra o projeto da reforma. E esse projeto do restauro é que levou mais tempo, porque descobriu do detalhes da casa da época e deu um pouquinho de trabalho. Isso demorou, mas no final do ano passado nós já conseguimos fechar esse porjetos e agora está entrando na segunda e última parte, que é a licitação das empresas para fazer realmente a reforma e o restauro da casa", esclareceu.
A ideia é que, assim que for entregue, o prédio funcione como se fosse um museu da família Braga. Ação que, para o advogado Higner, deve acontecer o quanto antes. "Essas coisas tem que ter um interesse específico direto para fazer funcionar, não pode ficar muito tempo fechado porque acho até que desmoraliza a cidade", disse Lucimar.
Fonte: G1-Espírito Santo