NEGÓCIOS
Natura compra Avon e cria 4ª maior empresa de cosméticos do mundo
O Brasil é o maior mercado da Avon, representando quase um quarto das vendas.
Em 23/05/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Natura (NATU3.SA) anunciou nesta quarta-feira (22) acordo para compra da norte-americana Avon (AVP.N) numa transação com troca de ações que deve criar o quarto maior grupo de beleza do mundo.
Pelos termos do acordo, a Natura vai deter 76% dos negócios combinados com mais de 10 bilhões de dólares em receita anual, informou a empresa brasileira.
Após a Natura entrar em lojas de varejo de alto nível com as aquisições da Aesop, em 2013, e da The Body Shop, em 2017, a compra da maior rival em vendas diretas é uma aposta renovada no core business da empresa de distribuição porta-a-porta.
O Brasil é o maior mercado da Avon, representando quase um quarto das vendas, mas o negócio aqui sofreu nos últimos anos devido à fraca economia e à forte concorrência da Natura.
COMPRE PELO SITE
Agora, a empresa norte-americana de 133 anos concordou com os termos da troca, de 0,3 ação da Natura para cada ação da Avon. Isso avalia o patrimônio da Avon em cerca de 2 bilhões de dólares, representando um prêmio de 28% sobre o preço de fechamento da ação em 21 de maio.
As ações da Avon subiram 9,1% nesta quarta-feira e as da Natura subiram 9,4%, com investidores aplaudindo a consolidação no mercado brasileiro.
Tendências próprias do Brasil protegeram o modelo de venda direta de cosméticos, com consultores terceirizados vendendo principalmente para conhecidos, e da ameaça do varejo online, que tem prejudicado economias mais desenvolvidas.
A Natura tem uma liderança no mercado de vendas diretas no Brasil, de acordo com o grupo de pesquisa Euromonitor, que estima uma participação de mercado de 31% para a empresa, seguido por uma participação de quase 16% da Avon. A Natura estimou que o acordo traga entre 150 milhões e 250 milhões de dólares de economia de custos anuais.
Muitos consultores já vendem tanto produtos da Avon como da Natura, o que o analista do Brasil Plural, Andres Estevez, diz que podem ajudar a aliviar temores das autoridades antitruste.
A transação deve ser concluída no início de 2020. Se o negócio fechar dentro do prazo, a Natura disse que pagaria 530 milhões de dólares a investidores detentores de ações preferenciais da Série C na Avon, acrescentando que garantiu financiamento de Bradesco (BBDC4.SA), Citigroup e Itaú Unibanco (ITUB4.SA) para efetuar o pagamento. Reuters
As principais notícias do Espírito Santo, do Brasil e do Mundo, você encontra no Portal CCNEWS BRASIL