ESPORTE NACIONAL
No Dia das Mães, Nenê e Jefferson sonham com título carioca de presente.
Ídolos do Vasco e Botafogo entram em campo neste domingo, no Maracanã.
Em 08/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Além da final do Campeonato Carioca, este domingo é especial também pela comemoração do Dia das Mães. Depois de anos de empenho para que seus filhos chegassem ao posto em que ocupam atualmente, a data vai consagrar 11 mães campeãs cariocas. Em lados opostos dentro de campo para a decisão que envolve Vasco e Botafogo, Nenê e Jefferson têm um mesmo objetivo: garantir o troféu para suas mães.
Natural de Jundiaí, o vascaíno revela que dona Marisa é sua fã número um. Desde que o meia optou pelo futebol, ainda bem novinho aos 6 anos, ela acompanha a carreira do filho de perto, e foi fundamental para que ele seguisse na luta pelo sucesso nos gramados. Hoje, principal referência do Gigante da Colina com participação em 50% dos gols no Carioca, Nenê espera poder coroar a data com uma homenagem.
- Vou pensar em alguma coisa especial para ela e com certeza vou dedicar se acontecer o gol na final. Se conquistar o título também! – diz, empolgado com a possibilidade.
Orgulhosa do filho que vem se destacando no elenco vascaíno, a mãe do camisa 10 revela que chegou até a mudar de time por amor ao seu "xodózinho", como ela mesmo define Nenê. “Corintiana roxa”, se viu obrigada a torcer pelo Palmeiras na época em que o jogador atuou por lá.
- Virei sim (palmeirense). Imagina? Eu era corintiana roxa! Nunca imaginei que ele fosse virar jogador profissional quando ele ainda tinha seis anos. Depois tive que torcer para o Palmeiras. Ganhei até camisa autografada, está guardada. Tenho todas as camisas dos clubes em que ele jogou – conta.
Aliás, por conta dos horários tumultuados do mundo da bola e devido à longa passagem pela Europa, Nenê não conseguiu passar muitos Dia das Mães ao lado de dona Marisa. No entanto, em uma dessas datas especiais, um presente parece ter feito sucesso.
- Acho que ela gostou de todos (os presentes que dei), mas tem um em particular que lembro que ela gostou muito. Foi na época em que ela lavava roupa no braço e dei uma máquina de lavar. É uma coisa que nem é tão assim, mas lembro que marcou muito, porque ela não ia ter que ficar esfregando as minhas camisetas (risos) – conta.
A mãe do camisa 10 confirma a versão, mas inclui nessa lista também a casa na Vila Remi, bairro de Jundaí, dada em outra ocasião. Apesar de satisfeita com os mimos que já recebeu, ela revela que sua felicidade é ver Nenê brilhando e que o presente mais legal que pode ganhar este ano será mesmo o título carioca.
- Estarei lá no domingão. Vai ser a maior alegria! E se tiver um golzinho, vai ser melhor ainda! - diz, na expectativa.
"Benção", jantar, atletismo e saudade de casa
O goleiro Jefferson, do Botafogo, tem um perfil um pouco diferente na hora de escolher presentes. Carinhoso, o camisa 1 diz que gosta de surpreender a mãe, mesmo em dias normais, com buquê de flores, por exemplo. As ligações também são recorrentes, mas com um ingrediente diferente: um hábito que carrega desde criança. Toda vez que fala com dona Maria Sônia, o arqueiro faz a mesma coisa.
- Tenho uns amigos que até brincam comigo, porque é um hábito antigo. Mas eu sempre falo: “benção, mãe”. Também digo “eu te amo” sempre. Sou mais de atenção do que presente. Tenho muito orgulho da minha mãe. Ela teve que ser pai e mãe ao mesmo tempo e sempre trabalhou muito – se emociona ao lembrar da vida simples em Assis, interior de São Paulo.
Acostumado a sempre demonstrar seu amor pela mãe, em uma das tentativas de surpreendê-la, Jefferson preparou um jantar quando era mais novo. Segundo ele, “não deu muito certo”, mas dona Maria Sônia lembra com carinho do dia. Na época, ainda jovem, ele defendia o Cruzeiro.
- Ele estava em Belo Horizonte e fui passar uns três dias no apartamento dele, incluindo o Dia das Mães. Foi quando ele me disse para não me preocupar que iria preparar o jantar. Eu não imaginava, foi maravilhoso. É uma lembrança muito bonita que tenho. Até hoje sinto o gosto da comida na boca de tanto carinho que foi. Ainda cobro: “Quando vai preparar de novo um jantar?” (risos) – relembra.
Considerado atualmente um dos melhores goleiros do Brasil, o botafoguense conta que o futebol nem sempre esteve em sua vida. Antes de descobrir a bola, o atletismo fazia a sua cabeça. Bom no arranque, Jefferson participava de competições e chegou a conquistar medalha de ouro em uma delas. Quando houve a mudança de esporte, ainda sem saber o que estaria pro vir, a mãe torceu o nariz.
- Uma vez cheguei em casa preocupada em ligar para o colégio e saber como tinha sido uma competição. Ele me deu um susto ao sair de trás da cortina: "Tcharan!", gritou, mostrando a medalha. Era até meio sem graça quando o Jefferson corria, porque sempre ganhava (risos). Quando ele falou do futebol, no início pensei: "meu Deus, meu filho longe de mim", mas acabei aceitando. Sinto que a distância não roubou esse amor que temos um pelo outro.
Filho caçula, aos 14 anos, Jefferson precisou sair de casa após passar para a peneira do Cruzeiro e foi morar sozinho no alojamento do clube. Ficar longe da família, especialmente da mãe, foi um período complicado do início da carreira.
- Foi difícil. No início chorava, fiquei muito triste. Cheguei a passar Natal e Réveillon sozinho lá com os vigias, porque a gente não tinha condição de ficar voltando toda hora. Até hoje sinto saudade, mas nunca pensei em desistir – conta.
Neste domingo, porém, o choro pode ser de felicidade e uma dessas duas mães poderá soltar, ao lado de seu filho, o grito de “é campeão”. Resta descobrir qual delas terá um Dia das Mães diferente e inesquecível. A partida entre Vasco e Botafogo acontece às 16h, no Maracanã. No primeiro encontro entre as equipes, o Cruz-maltino levou a melhor ao vencer por 1 a 0. Por isso, entra em campo com a vantagem do empate.
Fonte:GE