ESPORTE INTERNACIONAL
No tango do Atlético-MG no Horto, Lucas Pratto é o maestro alvinegro.
Argentino luta muito, acerta a trave, marca golaço e até perde pênalti na dramática classificação do Galo.
Em 05/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Tango. Dança típica da região do Rio da Prata, na divisa da Argentina com o Uruguai. São os naturais dos dois países que sabem bem como tratar quando o assunto é o ritmo e compasso da melodia. Um bom tango de Carlos Gardel define bem o que foi a suada vitória do Atlético-MG sobre o Racing, que recolocou o time alvinegro nas quartas de final da Libertadores após duas eliminações em sequência nas oitavas.
O ritmo melancólico e dramático não foi bem dançado por Robinho, que curte mesmo é um samba. Principal reforço da temporada, o atacante esteve longe de ser destaque. Apagado e errando muitos passes, o camisa 7 assumiu a função de armador na ausência de Cazares e Dátolo, mas pouco criou.
Quem também caiu na dança dos argentinos foi a marcação atleticana, principalmente do lado direito. Sem o auxílio costumeiro de Luan ou Júnior Urso, Marcos Rocha sofreu com Acuña. Pior ainda quando Lisandro López caía pelo seu setor. Foi assim que surgiu a principal chance de perigo do Racing no primeiro tempo, e também o pênalti, que originou o gol. O tento argentino causou todo o drama, bem característico dos tradicionais tangos.
Para dançar no mesmo ritmo dos argentinos e buscar a classificação, nada melhor do que alguém que fala a mesma língua e entende o ritmo característico do bairro de La Boca, em Buenos Aires. Ai entrou Lucas Pratto. O estilo não era muito clássico, mas foi o necessário para colocar o Atlético-MG nas quartas. Com o placar do Horto mostrando 1 a 1, o Urso apareceu.
De costas para a zaga, fez um movimento que pode ser comparado aos tangos dançados no “Café Tortoni”, em Buenos Aires. Girou e quase colocou o Galo em vantagem, mas parou na trave. Quando precisou, correu quase 60 metros do campo de ataque até a defesa para evitar um contragolpe. Caiu pela esquerda, se deslocou para a direita, mas a maioria do tempo jogou centralizado, brigando contra Vittor e Sanchez. Faltando 20 minutos para o fim do musical, fez o gol que tranquilizou. De cabeça, fez o Independência explodir.
Para seguir parecendo um tango, era necessário o último drama. E ele veio com Pratto de protagonista. O argentino, que nunca havia perdido um pênalti na carreira até 2016, perdeu o segundo seguido. Parou nas mãos do goleiro Ibáñez, que mais tarde, já no desespero, tentaria transformar a noite do Racing em uma festa digna de samba. O arqueiro se arriscou na área de Victor para buscar o empate e a classificação, mas sem sucesso. Fecham-se as cortinas da casa de shows, classificação atleticana para as quartas de final.
Fonte:GE