MEIO AMBIENTE

Nova Délhi enfrenta perigosa nuvem de poluição

Nova Délhi limitou a circulação de veículos para aliviar a poluição.

Em 01/11/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: AFP

Olhos irritados, garganta seca e um nevoeiro tóxico nas ruas: desta maneira acordaram os 20 milhões de habitantes de Nova Délhi, onde se registra um nível de poluição atmosférica recorde, que implica grandes riscos para a saúde.

A cidade foi tomada por uma densa neblina de cor ocre, provocada em parte pela agricultura de queimadas em regiões próximas. A fumaça é levada pelo vento até a capital indiana, uma cidade já muito poluída.

Esta técnica agrícola, ilegal, permite aos agricultores limpar a terra a baixo custo após a colheita do arroz e preparar o terreno para a próxima plantação.

As imagens de satélite da Nasa mostram milhares de incêndios no estado de Penjab, ao noroeste da capital.

Todos os anos, quando o inverno começa, uma mistura de fatores naturais adicionados à ação humana (incêndios agrícolas, emissões de dióxido de carbono de indústrias e automóveis ou sistemas de calefação) transforma Nova Délhi em uma “câmara de gás”, como afirmam as autoridades.

Na manhã desta sexta-feira, a embaixada americana em Nova Délhi informou que a concentração de partículas finas PM2,5 era de 407 microgramas por metro cúbico de ar, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em 25 o nível adequado.

Estas partículas em suspensão, que medem a contaminação urbana, procedem por exemplo das emissões dos veículos a diesel e são compostas por poeira, cinzas, fuligem, entre outros elementos. Podem chegar facilmente ao sangue através dos pulmões e uma exposição prolongada pode provocar doenças cardiovasculares e câncer de pulmão.

Para aliviar a situação, as autoridades de Nova Délhi planejam limitar a circulação de veículos particulares e suspender temporariamente as obras de construção.

As escolas permanecem abertas e o governo anunciou a distribuição de cinco milhões de máscaras de proteção aos alunos.

Em 2017, a contaminação atmosférica provocou 1,2 milhão de mortes prematuras na Índia, de acordo com um estudo publicado ano passado pela revista científica The Lancet. AFP