ECONOMIA NACIONAL
Nova letra imobiliária pode ajudar a reativar a economia, diz Abecip.
A LIG tem chances de ser regulamentada ainda em 2016.
Em 26/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte de Abreu Filho, reafirmou que a Letra Imobiliária Garantida (LIG) tem chances de ser regulamentada em 2016. "Se a regulamentação realmente ocorrer, podemos ter emissões ainda este ano, mas é um produto complexo", explicou ele, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 26.
Segundo o presidente da Abecip, a discussão da regulamentação da LIG está no Banco Central, que, neste momento, está debruçado em propiciar que o papel tenha custo bom para os bancos, mas também seja atrativo para os investidores. "É um produto muito mais complexo que as letras de crédito imobiliário (LCIs), mas que pode trazer muito dinheiro para o setor imobiliário, aproveitando o excesso de liquidez existente hoje no mundo", afirmou ele.
Garantia real
O atrativo da LIG, segundo Abreu Filho, está justamente no fato de o papel ter uma garantia real, com os imóveis lastreados no título, além do próprio banco emissor. A LIG foi aprovada pela presidente afastada Dilma Rousseff no início do ano. Em fase de desenvolvimento há mais de três anos no Brasil, a LIG se assemelha aos covered bonds existentes na Europa e são mais um instrumento de captação de recursos para os bancos financiarem o crédito imobiliário.
Instrumento básico
"Em outros países, os covered bonds foram um instrumento básico de retomada econômica, trouxe dinheiro e ativou o setor de construção, contribuindo para ativar a economia e gerar um ciclo positivo. Temos discutido com o BC justamente a importância que a LIG pode ter para ajudar a reativar o setor de construção e a economia", afirmou o presidente da Abecip.
Segundo ele, enquanto os juros estiverem elevados, a poupança vai continuar a perder recursos. O saldo da caderneta, segundo dados do BC divulgados pela Abecip, encerrou junho em R$ 493,3 bilhões, bem abaixo dos mais de R$ 520 bilhões vistos há quase dois anos.
Do Estadão Conteúdos