POLÍTICA NACIONAL

Novo ministro da Justiça defende democracia e respeito às leis.

"Não existe ninguém neste País com o monopólio da moralidade".

Em 18/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O novo ministro da Justiça, Eugênio José Guilherme de Aragão, tomou posse nesta quinta-feira (17). Subprocurador-geral da República licenciado, ele assume o ministério em substituição a Wellington César Lima e Silva, que pediu exoneração na última terça-feira. 

Durante a transmissão do cargo, ocorrida na sede do Ministério da Justiça, o novo ministro destacou a igualdade de todos perante a lei após receber o cargo de Lima e Silva. “Sem igualdade, passamos a desclassificar o outro, a excluir o outro. Sem isso, é o totalitarismo”, explicou Aragão. 

Ele frisou também a importância de se cuidar da democracia. Outro ponto ressaltado pelo novo ministro foi a tentativa de apropriação das instituições por corporações, acrescentando que ela representa um risco à governabilidade. "Não existe ninguém neste País com o monopólio da moralidade”, observou. Nesse ponto, o ministro fez referência à disputa entre a polícia e o Ministério Público: “Não interessa quem vai investigar, desde que seja dentro da lei”. 

Aragão condenou ainda o desrespeito à classe política. “Quem não respeita a classe política não respeita a democracia. Segundo ele, a classe política é o espelho do cidadão. “A classe política representa o que nós somos. Se ela tem defeitos, é porque nós também temos”.  

O novo ministro declarou que o Ministério da Justiça vai dialogar com todos os setores e que a sua meta é tentar reconstruir pontes. “Vamos tentar recompor o tecido esgarçado da autoridade”, propôs. Antes de prestar concurso para o Ministério Público, Eugênio Aragão ocupou cargos técnicos por duas vezes no MJ. 

Trajetória 

Eugênio José Guilherme de Aragão, 56 anos, entrou no Ministério Público Federal em 1987. Coordenou áreas como Direitos das Populações Indígenas, Defesa do Patrimônio Público e já foi dirigente da Associação Nacional dos Procuradores da República. 

Aragão é subprocurador-geral da República desde 2004. Também é doutor em Direito, pela Ruhr-Universität Bochum (Alemanha), e mestre em Direito Internacional de Direitos Humanos (1994), pela University of Essex (Inglaterra), além de bacharel em Direito (1982) pela Universidade de Brasília (UnB). O novo ministro também atua como professor adjunto da Faculdade de Direito da UnB, onde ingressou em 1997 por concurso público.

Fonte: Ministério da Justiça