POLÍTICA INTERNACIONAL
O que é o modelo sírio que a Rússia adota na Venezuela
Especialistas dizem ser um modelo político que já foi bem-sucedido para Putin.
Em 01/06/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
As duas grandes potências militares do mundo estão de olho na Venezuela: o país tem sido o mais recente motivo de disputa entre os Estados Unidos e a Rússia.
Depois da última e fracassada tentativa do líder oposicionista Juan Guaidó de unir os militares à causa de derrubar o presidente Nicolás Maduro, os dois países reforçaram suas retóricas e se acusaram de interferência na crise interna do país sul-americano.
E não é a primeira vez (e provavelmente não será a última) que Washington e Moscou atuam pela mudança de governo em outros países. Mas, até agora, os esforços da Casa Branca para propiciar a queda de Maduro não foram eficazes.
De um lado, Guaidó defende que o Parlamento considere a cooperação internacional "em questões militares"; do outro, Maduro argumenta que uma intervenção no país só teria como objetivo controlar o petróleo.
Enquanto isso, dois nomes importantes da política dos Estados Unidos - o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o secretário de Estado, Mike Pompeo - afirmam que um dos principais fatores que mantêm Maduro no poder tem sido o apoio da Rússia.
Há meses, o Kremlin não apenas tem defendido Maduro em relação a sanções ou condenações no Conselho de Segurança da ONU como também tem enviado aviões militares e assessores e emitido avisos sobre as graves consequências de uma eventual intervenção estrangeira armada na Venezuela.
Para muitos especialistas, a posição da Rússia em relação à Venezuela se assemelha a um modelo político conhecido - um padrão que já foi bem-sucedido para Putin do outro lado do mundo e que alguns especialistas definem como o "modelo sírio".
O que é o "modelo sírio"?
De acordo com James Dobbins, analista de diplomacia e segurança da Rand Corporation, um think tank que assessora as Forças Armadas dos Estados Unidos, o "modelo sírio" é basicamente a política que Putin seguiu na Síria para manter Bashar al-Assad no poder.
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"Em poucas palavras, a ameaça de uma invasão militar e uma estratégia diplomática de pressão e confronto servem para manter um governo aliado", diz ele.
Dobbins diz que foi uma lição que a Rússia aprendeu com a Líbia. Em 2011, após a repressão das revoltas da chamada Primavera Árabe, a intervenção de uma coalizão liderada pela Otan precipitou a queda de Muammar Gaddafi, que morreu nas mãos de uma multidão pouco depois. - BBC News Mundo
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