CULTURA

Obras inéditas de Ângela Gomes em cartaz no Tribunal de Justiça, em Vitória.

A exposição ?Arte Naif no Circuito? reúne 15 obras da artista, feitas exclusivamente para o evento.

Em 02/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O colorido das obras da pintora Ângela Gomes, maior referência Naif do Espírito Santo, são destaque na exposição ‘Arte Naif no Circuito’, em cartaz até o dia 14 de novembro, no Espaço Cultural do Tribunal de Justiça, em Vitória. A mostra integra a programação do I Circuito ArtES.

Autodidata, a artista capixaba encanta a todos com o seu trabalho. Só esse ano, participou de exposições em Mônaco, em Portugal e em vários espaços no Brasil. No I Salón Internacional de Arte Naif ‘Mundos Ingênuos’, que aconteceu em Bogotá, Colômbia, foi condecorada com ‘Menção Honrosa’ com a obra ‘Festa do Abricó Macaco’. A mostra reuniu artistas 48 artistas de vários países, sendo apenas duas do Brasil. Ângela Gomes, convidada a participar da mostra a convite da Galeria de Arte Naif Alejandro Pison, foi a única brasileira condecorada, além de uma artista da Colômbia e outra de Israel.

A exposição ‘Arte Naif no Circuito’ reúne 15 obras da artista, feitas exclusivamente para o evento. “São obras inéditas, em tamanhos variados. Em três trabalhos faço uma homenagem à vila histórica medieval de Óbidos, em Portugal, onde estive este ano”, declara Ângela Gomes. E no dia 17 de novembro a mostra entrará em cartaz no colégio Leonardo Da Vinci, em Vitória.

Sobre a artista

Natural de Cachoeiro de Itapemirim, Ângela Gomes desde pequena Ângela Gomes já se esforçava para ajudar seus pais no orçamento familiar: vendia flores e verduras colhidas no quintal da casa , e os crochês e bordados produzidos por sua mãe.

Ainda menina, foi brincar no quintal da casa após uma longa noite de tempestade...O vento espalhara a areia, e foi sobre ela, usando um palito de picolé,que começou a dar os seus primeiros traços artísticos: desenhou um carro que estava estacionado em frente à casa. A riqueza dos detalhes a impressionou e aumentava o seu fascínio pelas cores.

Ela encantava os vizinhos e colegas de escola com suas habilidades artísticas, vivia sempre com lápis de cor, adorava fazer montagens e colagens com recortes de revistas, estampava tecidos, tudo de forma natural e intuitiva.

Sua primeira pintura à óleo sobre tela foi por encomenda de uma tia, aos nove anos de idade. Despontava para o Naif quando entrou num curso para aprender a técnica de pintar e o conhecimento do material a ser usado. Produziu várias telas e as guardou junto com o sonho e o desejo artístico.

Em 1981 realizou sua primeira exposição individual, no espaço alternativo de Artes, na Escelsa, na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória. Uma curiosidade: ninguém compareceu ao evento. Apenas a própria artista, grávida da filha caçula e o fotógrafo contratado. Mas o que era para ser motivo de desistência transformou-se em incentivo para continuar, lutar e vencer; a falta do apoio familiar, o preconceito social e o descrédito profissional continuaram até se definir, anos depois pela pintura Naif, após rápida convivência com pintores do gênero em São Paulo.

Hoje a artista é uma grande referência na arte Naif. Já expôs sua arte em lugares como o Salão de Arte da cidade de Porto, em Portugal; o Museu de Arte Contemporânea de Campinas e o Museu Internacional de Arte Naif, no Rio de Janeiro.

Serviço

Exposição ‘‘Arte Naif no Circuito’, de Ângela Gomes

Data: até o dia 14 de novembro

Local: Espaço Cultural do Tribunal de Justiça (Rua: Desembargador Homero Mafra, 60 – Enseada do Suá – Vitória

Visitação: de segunda à sexta-feira, de 09 às 17 horas

Informações: (27) 3334-2000

Entrada gratuita

Por Márcia Almeida