NEGÓCIOS
Opep prevê que petróleo se recuperará em ritmo mais fraco até 2020.
A Opep também espera que a demanda por petróleo cresça de forma mais lenta.
Em 08/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os preços do petróleo vão se recuperar nos próximos quatro anos, mas em ritmo bem mais fraco do que se imaginava, segundo avaliação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Em relatório anual sobre a perspectiva mundial do petróleo, a Opep previu hoje (8) que o preço da commodity avançará US$ 5 por barril no médio prazo e alcançará US$ 60 por barril, em termos nominais, até 2020. A nova projeção é US$ 20 menor que a referência de US$ 80 por barril mencionada pelo grupo no ano passado para o início da próxima década.
A Opep também espera que a demanda por petróleo cresça de forma mais lenta e que a oferta da commodity continue elevada.
No documento, o cartel prevê que responderá por grande parte do aumento na produção mundial de petróleo e que sua fatia global crescerá, à medida que a produção de óleo de xisto dos EUA perder força.
O relatório da Opep vem num momento em que o mercado de petróleo enfrenta preços persistentemente baixos, com cotações mais de 60% abaixo dos níveis de meados de 2014, e antes de uma reunião de cúpula marcada para 30 de novembro.
Finalizar um acordo
No encontro, que será em Viena, a Opep poderá finalizar um acordo provisório para reduzir a produção do grupo, de forma a ajudar a sustentar os preços do petróleo.
Para este ano, a previsão da Opep é que o preço médio de sua cesta de diferentes tipos de petróleo bruto fique em cerca de US$ 40 por barril. A cesta do grupo costuma ser comercializada a valores menores que o petróleo do tipo Brent, que opera atualmente em torno de US$ 46 por barril em Londres.
Os preços baixos não estimularam tanto a demanda quanto a Opep esperava, de acordo com o relatório. O cartel atribui isso ao impacto remanescente da crise financeira e à alta taxação sobre produtos derivados de petróleo.
"Cicatrizes da crise econômica, como os altos níveis de endividamento das famílias, os desequilíbrios fiscais e o desemprego elevado, combinados com cortes nos investimentos das indústrias, têm limitado a propensão ao consumo", avaliou a Opep.
Em 2021, a demanda global por petróleo aumentará 1 milhão de barris por dia a mais do que previsto um ano atrás, a 99,2 milhões de barris diários, prevê o cartel.
A queda nos preços também levará a uma diminuição na produção de países que não pertencem à Opep, permitindo ao cartel ampliar sua participação. A expectativa é que a fatia da Opep na oferta global de petróleo bruto avance dos atuais 34% para 37% até 2040, segundo o relatório.
Fonte: Dow Jones Newswires