NEGÓCIOS

Oportunidades de US$ 20 bilhões para projetos de infraestrutura

Até o momento quatro propostas estão em fase final de análise e outras 19 em andamento.

Em 27/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Os projetos brasileiros e capixabas na área de infraestrutura, manufatura, tecnologia e agronegócio ganharam um incentivo com o início da operação, há três meses, do Fundo Brasil-China, uma parceria inédita entre os dois países com recursos disponíveis da ordem de US$ 20 bilhões – sendo US$ 15 bilhões da China e US$ 5 bilhões do Brasil. Até o momento quatro propostas estão em fase final de análise e outras 19 em andamento pelo Ministério do Planejamento.

O assunto foi discutido na manhã desta terça-feira (26) durante a reunião trimestral do Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Espírito Santo (GPAEES), que reuniu mais de 70 empresários, executivos, cientistas políticos e economistas no Sheraton Vitória Hotel. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache, destacou as oportunidades que podem surgir para a implantação de projetos no Estado e no país. “Sabemos do potencial logístico do Espírito Santo, por exemplo, e esperamos que empresas possam apresentar projetos para o desenvolvimento local”, disse.

Arbache ressaltou, ainda, que não se trata de alocação de recursos públicos, mas sim de um mecanismo pelo qual governos darão um selo de qualidade para que bancos dos dois lados entrem com participação. Pelo Brasil, a preferência será para a Caixa e o BNDES. Do lado chinês, será o Claifund, fundo de investimentos para a América Latina. O mecanismo financeiro vai financiar exclusivamente projetos brasileiros.

Celulose

Os negócios e projetos do setor de celulose e papel também foram destaque durante a reunião. Marcelo de Oliveira, gerente geral industrial da Fibria Unidade Aracruz – que responde por 32% da produção de celulose da empresa no país – destacou o plano de crescimento sustentável e projetos como a planta de bio-óleo, que deve ser implantada em breve e vai produzir biocombustível através do processamento de madeira.

Outros planos futuros da empresa incluem o desenvolvimento e estudo de aplicações para a nanocelulose (fibra de madeira com propriedades especiais como força e leveza), além da redução de impactos ambientais através de projetos como as plantas de branqueamento e o uso de apenas 1/3 da área que hoje é necessária para a produção.

Panorama

A abertura da reunião contou com uma palestra do economista Luis Paulo Rosenberg, que fez uma análise do cenário internacional, com destaque para os Estados Unidos e China, além de apontar as projeções econômicas do país.

Ele apresentou alguns indicadores macroeconômicos para este ano: crescimento de 0,7% do PIB, Selic em 7%, saldo da balança comercial de US$ 68 bilhões, motivado pela safra; e taxa de câmbio a R$ 3,20. Para 2018, os números são 2,5% do PIB, Selic em 6,5%, saldo de US$ 40,6 bilhões e câmbio a R$ 3,30.

O cientista político e coach de performance Paulo Sérgio Rosa fez um panorama da atual situação política e econômica do país, abordando a sobrevivência empresarial dentro deste contexto. “Para salvar o Brasil da grave recessão que estamos passando, precisamos nos posicionar e nos comportar como líderes”, ressaltou. Ele é criador do método de educação e comunicação “Pensando Juntos”, aplicado em 17 países e disponível em oito idiomas.

Imagem: Divulgação/GPAEES