SAÚDE

Pacientes diabéticos superam limites em desafios esportivos

O T1D Challenge, aconteceu de 3 a 9 de julho.

Em 17/07/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Conectar, inspirar e provar que o diabetes não é uma limitação: esses são os maiores objetivos do Type 1 Diabetes Challenge, mais conhecido por T1D Challenge, que aconteceu de 3 a 9 de julho e reuniu pacientes diabéticos e seus médicos,  de diversas partes do mundo, para realizar desafios esportivos.

Depois de passar pelo Kilimanjaro, na Tanzânia; Salkantay, no Peru; White Mountains, na Grécia; Vulcão Hekla, na Islândia e pelo Mount Langley nos EUA, o desafio deste ano foi uma trekking de referência mundial: o Tour du Mont Blanc. A caminhada, que passa pela França, Itália e Suíça, representa uma oportunidade única de realizar a volta completa na mais famosa montanha da Europa Ocidental e superar limites.
 
Para fazer parte do T1D Challenge, é necessário atender a alguns requisitos básicos. O Dr. Mauro Scharf, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes regional Paraná (SBD-PR) e membro da equipe médica do T1D Challenge desde o primeiro desafio, explica que é feita uma pré-seleção baseada em critérios rígidos, já que esse tipo de atividade é bastante desgastante.

“Existem algumas clínicas especializadas ao redor do mundo, conhecidas como Sweet Centers, que são interligadas por um sistema único de atendimento e abrem um concurso entre seus pacientes para selecionar os participantes. É necessário falar inglês fluentemente, ter um bom controle do diabetes e, principalmente, comprovar uma prática de atividade física regular e frequente”, conta o especialista, que é fundador do único Sweet Center credenciado do Brasil, o Centro de Diabetes de Curitiba.


 
Esses mesmos requisitos têm que ser atendidos não somente pelos pacientes, mas também pela equipe médica. “É difícil encontrar médicos que unem a capacidade técnica em diabetes com a física para encarar estes desafios, por isso, o médico precisa atestar que está em condições adequadas para realizá-los”.
 
O preparo para a atividade é cauteloso, e a equipe médica está sempre pronta para eventuais complicações. “A hipoglicemia é a mais comum. Os pacientes, quando são submetidos às condições extremas de altitude, temperatura ou desgaste físico, podem ter queda de açúcar no sangue. É necessário ficar atento também aos casos de bolhas e lesões ortopédicas nos pés ou quando necessitam de cuidados com a pele e outros problemas nos pés em geral. “Monitoramos continuamente esses pacientes com sensores conectados a alarmes que avisam quando a glicemia está prestes a atingir um nível preocupante. Atuamos o tempo todo junto a eles para que possam completar o desafio com o máximo de segurança”, afirma o Dr. Scharf.
 
O T1D Challenge mostra à sociedade que não há limites para o paciente que tem o diabetes controlado. A intenção do projeto é resgatar a autoestima e provar que, mesmo com a doença, estas pessoas são capazes de fazer qualquer coisa. “Ninguém está lá para provar que é super-herói, mas sim para mostrar como esse tipo de experiência consegue transformar uma pessoa. Um dos pacientes, uma vez, chegou ao topo de um pico desses e foi entrevistado por um repórter que chegou lá de helicóptero. O repórter perguntou como foi, para ele, conseguir a façanha de subir o pico, carregando o fardo de ter diabetes. O paciente respondeu: como foi para você, sem ter diabetes, carregar o fardo de subir aqui de helicóptero enquanto 18 pessoas com diabetes subiram com as próprias pernas?”, conta o Dr. Scharf. “Esta é a intenção do projeto: mostrar que, se você mantiver um bom controle do diabetes, você poderá fazer o que quiser”.

Sobre a SBD

Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil.

Imagem: SBD-Divulgação