ESPORTE NACIONAL
Palmeiras perde clássico por jogar com muitos a menos até o final.
Falta de concentração e de entrega ficam evidente diante do rival.
Em 23/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Se você não leu ou ouviu nada sobre o Dérbi de quarta-feira, uma informação irrelevante: o Corinthians teve um jogador erradamente expulso no fim do primeiro tempo, quando o placar em Itaquera era 0 a 0. Irrelevante porque, apesar da superioridade numérica, o Palmeiras parecia ter muitos jogadores a menos desde o início e foi derrotado por 1 a 0 com justiça.
O clássico começou com uma jogada ensaiada já antiga: o Palmeiras rola a bola para trás, e um lateral lança para um zagueiro tentar o desvio de cabeça a um atacante. Daí em diante, já na recuperação da posse, ficou evidente a maior disposição rival em campo. Com torcida (única) a favor, o time da casa estava definitivamente muito mais ligado e menos nervoso.
Depois de dois cartões amarelos por carrinhos – um para Felipe Melo, outro para Raphael Veiga –, uma cena aos 15 minutos reforçou a impressão de que o Palmeiras estava desconcentrado (veja o vídeo abaixo). Provavelmente tentando consertar a saída de bola, dificultada por uma marcação alta, três jogadores formaram uma roda para conversar e não se deram conta de que a bola estava em jogo. Foi preciso o goleiro Fernando Prass lhes chamar a atenção.
Mais tarde, outras duas trapalhadas. Na primeira delas, Jean chutou a bola em cima de Keno. Depois, Felipe Melo e Mina saltaram para dividir a mesma bola à frente da área. O choque feio de cabeça fez um corte profundo no supercílio do volante, que ficou em campo com uma touca até o começo da segunda etapa e, ao final da partida, levou 13 pontos cirúrgicos.
Trapalhada maior, apenas a do árbitro Thiago Duarte Peixoto, que aos 45 minutos deu ao corintiano Gabriel o segundo amarelo por uma falta que, na verdade, havia sido cometida por outro volante, Maycon. Beneficiado pela confusão, o Palmeiras tinha tudo para se acertar no intervalo e voltar melhor à etapa final.
Não foi exatamente o que aconteceu. A primeira alteração do técnico Eduardo Baptista foi a simples troca de Raphael Veiga por Alejandro Guerra, que entrou muito mal. Pouco depois, Thiago Santos substituiu Felipe Melo. Inteiros em campo, mas agora postados defensivamente com duas linhas de quatro diante do 4-1-4-1 alviverde, os jogadores do Corinthians não davam espaços e vibravam a cada desarme ou bola roubada.
Com mais posse de bola por motivos óbvios, porém sem a velocidade ideal para fazer valer a superioridade, o Palmeiras insistia em bolas levantadas. Ao todo, foram 27 na partida, uma delas quase aproveitada em bom cabeceio de Keno. A última tentativa do treinador palmeirense foi Alecsandro no lugar de Willian. Num rebote de outra bola alçada à área, Guerra protegeu mal, foi desarmado no campo de defesa e viu Jô vazar Fernando Prass.
Sem nenhuma chance para empatar, Alecsandro deixou Itaquera relativizando a derrota por entender que o Campeonato Paulista é só treino para a Taça Libertadores. Uma opinião com intuito de provocar o rival, mas estranha para quem já havia disputado outros – e sempre importantes – Dérbis desde 2015. Diferentemente de alguns recém-chegados, como Guerra, Felipe Melo, Michel Bastos, que talvez agora saibam o que é Palmeiras x Corinthians.
Globo Esporte