ESPORTE NACIONAL

Palmeiras persistente ganha na raça, mas futebol não convence.

Verdão luta muito para chegar ao gol salvador aos 50 minutos do segundo tempo.

Em 16/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Não há palmeirense que tenha acordado triste nesta quinta-feira. A vitória sofrida, com gol marcado por Mina aos 50 minutos do segundo tempo, coroou o empenho da equipe para furar a retranca do Jorge Wilstermann e assegurar a primeira vitória na Libertadores. O Verdão não jogou mal, é verdade, mas fez pouco contra um adversário de qualidade técnica muito inferior.

Os bolivianos jogaram como se imaginava: levantaram um muro com cinco jogadores em cima da linha da grande área e outra com mais quatro na intermediária. O posicionamento travou o Palmeiras. Guerra foi quem mais conseguiu aparecer, com boa movimentação pelo meio e pelo lado direito, com Michel Bastos. De lá veio o cruzamento para Borja perder a melhor chance do primeiro tempo.

Faltou ao Verdão uma variação maior de jogadas para furar o bloqueio adversário. Com Tchê Tchê discreto e Dudu muito marcado, a equipe seguiu um roteiro básico de levar a bola até o meio-campista venezuelano e dele para Borja, ansioso para resolver a partida. Jean até arriscou algumas descidas, mas Zé Roberto quase não apareceu na linha de fundo.

O Palmeiras cometeu no segundo tempo a falha de cair na provocação do Jorge Wilstermann. Alex Silva, aquele mesmo que passou pelo São Paulo, usou toda a catimba possível para irritar os palmeirenses. Até rasgou a própria camisa para simular um puxão de Mina, com quem tanto brigou na área. Ainda bem posicionados na defesa e sem erros individuais graves, os bolivianos seguraram o jogo e deixaram a torcida cada vez mais nervosa.

Eduardo Baptista poderia ter arriscado mais nas substituições, sobretudo a primeira. Keno na vaga de Michel Bastos em nada modificou taticamente a equipe.O Palmeiras ganhou um jogador com fôlego renovado, mas sem conseguir ao menos arrancar algum zagueiro da área.

O time teve uma leve melhora quando Róger Guedes ocupou o lugar de Guerra e deu mais profundidade ao ataque pela direita, envolvendo a marcação. Com Willian na vaga de Tchê Tchê, aos 37 minutos, o treinador foi para o desespero.

– Entrou o coração, a torcida. Precisávamos vencer, e você avança da parte técnica, avança sinal para fazer o gol e a vitória – disse Eduardo.

E foi assim. A tentativa boliviana de enrolar a partida até o apito final ocasionou em um acréscimo de seis minutos. Era o que o Palmeiras precisava para se lançar todo ao ataque. Até Mina encontrar o gol salvador. Uma vitória dramática, que dá tranquilidade ao time após a estreia com o empate na Argentina. Mas o Verdão pode e precisa produzir muito mais se quiser sofrer bem menos na Libertadores.
(Foto: Marcos Ribolli)