ESPORTE NACIONAL
Palmeiras reencontra o caminho pelas beiradas, onde também sofre.
Time de Cuca passa apuros pelas laterais do campo até mudança tática do treinador.
Em 11/06/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
As maiores dificuldades e virtudes do Palmeiras na vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, no último sábado, em seu estádio, passaram pelas beiradas do campo. Foi nas laterais que o time de Cuca suou frio com os primeiros 30 minutos do duelo Calazans x Jean e as bolas nas costas de Zé Roberto. E foi também graças às investidas pelas pontas, especialmente com Róger Guedes e Keno, que o Verdão findou o jejum de resultados positivos - eram quatro jogos sem ganhar nem fazer gols.
Não é de hoje que a versão 2017 do Palmeiras de Cuca enfrenta problemas na marcação pelos lados do jogo. E, diante do Fluminense, as brechas voltaram a aparecer e poderiam ter custado caro. O gol de Henrique Dourado, aos 18 do primeiro tempo, surge de uma jogada do rápido Calazans nas costas de Jean. Após se livrar do palmeirense, o atacante cruzou na medida para o goleador do Campeonato Brasileiro - agora, com sete bolas nas redes.
Ao notar que seu lateral não conseguiria acompanhar o ritmo do rival, Cuca agiu relativamente rápido e, antes dos 30 minutos, fez uma mudança tática que melhorou o time: mandou Tchê Tchê para a direita e trouxe Jean ao meio, para jogar como volante. Calazans não teve mais a mesma liberdade, tanto que até trocou de lado depois para tentar jogar nas costas de Zé Roberto.
Questionado após o jogo a respeito de Jean, Cuca admitiu que Jean não esteve bem, mas considerou uma situação pontual e explicou o que pretendia com a alteração de posicionamento.
– Foi uma partida pontual. Ele (Jean) ficou um tempo parado, está recuperado, mas nao está no ideal e o jogo exigia isso. O Mayke também ficou fora hoje. O jogo exigia essa velocidade, esse encaixe, que geralmente ele tem e hoje não estava num dia bom. Pusemos o Tchê Tchê lá, aí organizou e, depois, na segunda parte, pusemos o Fabiano.
Resolvido o problema na direita, ainda restava a canhota, onde Zé Roberto também costuma oferecer muito espaço ao oponente. Foi por lá que o Fluminense desperdiçou a primeiro grande oportunidade de empatar, quando o Verdão vencia por 2 a 1. Justamente após passe nas costas do veterano palmeirense, Henrique Dourado recebeu e só não marcou porque Prass fechou o ângulo.
O desafogo alviverde também achou caminho pelas beiradas. Sem Borja, que serve a seleção colombiana, Willian fez o papel de 9 e participou bem do jogo. Mas foram Keno, na esquerda, e Róger Guedes, na direita, os responsáveis por incomodar os cariocas. Seja na indivualidade, como nos lances que resultaram nos segundo e terceiro gols - vale a menção especial a Róger Guedes, em sua melhor apresentação no ano -, ou abrindo espaço para Guerra vir com a bola dominada de trás. Quando a marcação do Fluminense fechava nas pontas, sobrava campo para o meia venezuelano avançar pelo meio. Se era ele o alvo, os atacantes das pontas ganhavam liberdade.
O Santos, rival do Palmeiras na próxima rodada, também aposta bastante nas jogadas laterais, a exemplo do Fluminense. A vitória deste sábado pode ser um bom ponto de partida para Cuca pensar na melhor estratégia a ser utilizada na Vila Belmiro.