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Parasita provoca a morte de 120 cabeças de gado no Norte do ES
Com as mortes, prejuízos já chegam a R$ 360 mil, segundo Idaf.
Em 14/11/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Desde o mês de janeiro, 120 cabeças de gado do município de João Neiva, no Norte do Espírito Santo, já morreram em consequência da tripanossomíase, doença provocada pelo parasita Trypanosoma Vivax. Segundo os produtores, a doença tem afetado diretamente a produção do leite, e o único remédio disponível no Brasil não cura totalmente a enfermidade. A Secretaria de Agricultura do estado (Seag) informou que requisitou ao Ministério da Agricultura a liberação para utilizar um medicamento fabricado na Venezuela.
O agricultor Mário Reali contou que já perdeu quase a metade dos animais do rebanho. "A propriedade tinha uns 100 animais ao todo, mas eu perdi 40 vacas desse rebanho. Isso vem nos deixando com muito medo de colocar mais animais nessa propriedade. Esse medicamento que a gente aplica hoje não cura a doença totalmente. Eu soube que existe um medicamento, só que ele não vende no Brasil, é importado", disse.
O médico veterinário Wesley Bada explicou que o parasita faz o gado perder peso e diminuir a produtividade. Depois de infectado, o animal pode morrer em menos de um mês. "Produz menos leite. Depois do pico de lactação, há uma queda muito grande e começa a vir o emagrecimento, de forma muita rápida. Depois evolui para um problema neurológico e esse animal vem a óbito", disse.
Ainda de acordo com o veterinário, a contaminação acontece quando o agricultor usa mesma seringa infectada em vários animais, ou ainda quando o bovino é picado pela mosca do estábulo, um dos principais transmissores do protozoário. No Brasil, existe um remédio que pode combater a doença. Porém, o medicamento é apenas paliativo, porque não elimina totalmente a Trypanosoma Vivax do organismo do animal.
Um outro medicamente fabricado na Venezuela pode resolver os problemas dos produtores, mas o uso dele não é permitido no Brasil pelo Ministério da Agricultura. "Ele não está cadastrado no Brasil para ser utilizado. Mas estamos vendo os transmites para avaliar a possibilidade de estar importandfo para os produtores específicos onde houve a doença", esclareceu o médico veterinário do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Fransérgio Rocha.
Ainda segundo o Instituto, do início de 2014 até o momento, o prejuízo com a morte dos 120 animais gira em torno de R$ 360 mil. "O ideal é procurar um médico veterinário para que seja dadas as orientações necessária", alerta Fransérgio.
A Secretaria de Agricultura do Espírito santo informou que já pediu ao Ministério da Agricultura a liberação da importação dos medicamentos para combater o parasita. Já o Ministério da Agricultura garantiu que existem medicamentos eficazes para o combate da doença no Brasil.
Fonte: G1-Espírito Santo