POLÍTICA NACIONAL

PDT apoia Lula no 2º turno e Ciro Gomes acompanha decisão

Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno seguiu a decisão da legenda.

Em 04/10/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: José Luiz Mazolini/Portal CORREIO CAPIXABA

A decisão do PDT de apoiar Lula no segundo turno, foi tomada após uma reunião da Executiva Nacional, que foi realizada de forma semipresencial, com uma parcela do partido na sede nacional da sigla, em Brasília.

O PDT anunciou nesta terça-feira (4), que vai apoiar o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno e pautou sua campanha por fortes críticas ao petista, seguiu a decisão da legenda.

A decisão do PDT foi tomada após uma reunião da Executiva Nacional, que foi realizada de forma semipresencial, com uma parcela do partido na sede nacional da sigla, em Brasília, e outra parte participando por videoconferência. Ciro foi um dos que não estiveram na capital federal.

Desde 2018, Ciro tem escalado nas críticas ao PT e a Lula, de quem já foi ministro da Integração Nacional. Em diversas entrevistas e eventos, o pedetista chamava o petista de “enganador de serpentes” e disse que viu Lula “se corrompendo”.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, minimizou as críticas de Ciro ao PT.

“O processo político às vezes se acirra de uma maneira, eu vivi isso com Brizola e Lula lá em 1989. Um teria que engolir o sapo barbudo, o outro fugiu com a saia da mãe. Uma coisa muito forte. Isso não impediu Brizola de estar com Lula na campanha”.

De acordo com o dirigente partidário, quem for convidado pelo PT para subir no palanque de Lula, deverá ir. Lupi evitou dizer como o ex-governador do Ceará vai contribuir com a campanha do petista, mas afirmou que o ex-ministro não irá para a Europa, como fez em 2018.

“O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou esse apoio”.

Lupi foi convidado pelo PT e deve ir ainda hoje para São Paulo se reunir com a campanha do ex-presidente.

Ciro também concorreu à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Na campanha de 2022, ele teve seu pior desempenho e perdeu até no Ceará, sua base eleitoral e onde sempre liderava os votos nas eleições presidenciais anteriores. A disputa deste ano também encerrou a hegemonia do grupo de Ciro no governo cearense e, pela primeira vez em 16 anos, o candidato apoiado por ele perdeu. Roberto Cláudio (PDT) ficou em terceiro lugar para governador, atrás de Capitão Wagner (União Brasil) e de Elmano de Freitas (PT), que comandará o Estado a partir de 2023.

No entanto, logo na noite de domingo, 2, após o resultado do primeiro turno, Ciro disse que nunca viu um cenário político tão “complexo” e “ameaçador” e pediu tempo para se posicionar.

“Quero dizer a vocês que estou profundamente preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, declarou.

Apesar do apoio, a participação de Ciro na campanha do petista ainda é dúvida. Em 2018, ele evitou se posicionar e defendeu um voto Há a possibilidade que ele repita 2018, quando declarou voto em Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro, mas viajou para a Europa durante o segundo turno e não se engajou na disputa.

O partido de Ciro também anunciou que vai apresentar propostas para incorporar ao plano de governo do candidato do PT. Uma delas é a do programa de renda mínima de R$ 1 mil por família. A ideia foi batizada pelo ex-governador do Ceará de “Renda Mínima Eduardo Suplicy” em homenagem ao vereador e deputado estadual eleito pelo PT de São Paulo, que é um dos principais defensores de que o governo garanta uma renda mínima.

Outra proposta que será levada a Lula é o programa que pretende zerar as dívidas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O programa do petista já havia adotado uma ideia similar e a batizou de “Desenrola”. A terceira sugestão do PDT ao programa de governo do ex-presidente é estabelecer um projeto de educação em tempo integral.

Lupi falou em uma quarta ideia, que ainda não foi conversada com o PT, mas que será debatida.

“Hoje aprovamos também a proposta que não foi falada ainda com o PT, mas que será colocada. O Código Nacional do Trabalho, que para nós é fundamental. Somos um partido trabalhista, é natural que PT também tenha a mesma visão, que é o partido dos trabalhadores. Que é a defesa do direito dos trabalhadores e a revogação de tudo que é contrário aos trabalhadores. A tendência é que as ideias sejam incorporadas pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena o plano de governo de Lula."

Na segunda-feira (3), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já havia demonstrado otimismo em ter o apoio de Ciro.

“Já tivemos contato com Carlos Lupi (PDT), já chamamos para uma conversa. Senti muita disposição em conversar. Dissemos a ele que gostaríamos de ter Ciro Gomes na nossa campanha”, declarou.

Mesmo no primeiro turno da disputa, uma ala do PDT já defendia apoio ao ex-presidente. Nomes como o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e o ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves já faziam acenos ao petista. (Estadão Conteúdo - https://istoe.com.br/autor/estadao-conteudo/)

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