POLÍTICA NACIONAL
PEC da Previdência representa retrocesso nas conquistas femininas.
A deputada federal Christiane Yared (PR-PR) votará contrária ao atual texto da medida.
Em 15/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A deputada federal Christiane Yared (PR-PR) reafirmou nesta quarta-feira (15) que votará contra a aprovação da PEC da Previdência como ela está exposta. A parlamentar justifica que não aceita que os trabalhadores sejam penalizados com duras medidas apresentadas no texto original da proposta. Segundo ela, muitos pedem a reforma, mas não como ela está abordada na PEC 287/16.
“Tenho certeza que o texto, se aprovado, penalizará ainda mais nós, as mulheres. Na área rural, responsável por 80% da economia do Paraná, as mulheres vivem 5 anos menos que os homens. Delas, 97,6% realizam exclusivamente atividades domésticas. Já os homens, apenas 48,22%. Elas dedicam, em média, 28,01 horas semanais a esse trabalho”, afirmou.
Segundo Yared, as mulheres que trabalham no campo respondem por 17,2% dos benefícios da previdência e, apesar disso, em 2015 ficaram com apenas 12,1% do total desses valores. “Além de recebermos em média de 27% a menos que os homens no mercado de trabalho, nós mulheres contribuímos muito mais com a Previdência do que recebemos de volta”.
A parlamentar lembrou que as mulheres ocupam postos de trabalho muito mais precários que os dos homens. “As mulheres sofrem com a segunda e até a terceira jornada. Os números revelam que 90,6% das mulheres realizam tarefas domésticas enquanto apenas 51,35% dos homens as fazem”, sustenta ao se referir à pesquisa do IBGE/PNAD de 2014.
No discurso, Yared citou o relatório do Fórum Econômico Mundial no qual frisa que com as atuais políticas públicas de igualdade de gênero, o Brasil poderá levar 170 anos para alcançar a equidade social e econômica entre mulheres e homens. “Sou contrária à aprovação da Reforma da Previdência. Não deixarei, de forma alguma, que uma mudança como esta retroceda os curtos passos que conseguimos dar em benefício das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros”, enfatizou.