ESPORTE INTERNACIONAL
Perseguido por autor de golaço, Neymar tem dia discreto e não finaliza.
Com chute certeiro do meio de campo, Alessandro Florenzi faz a diferença para o Roma.
Em 17/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Não foi o mesmo Neymar que há 102 dias encantou o mundo com um gol e uma exibição de encher os olhos, na última vez que o Barcelona havia entrado em campo pela Liga dos Campeões, com uma vitória sobre o Juventus na final de Berlim. Em sua estreia na edição 2015/16 da competição, o camisa 11 não teve vida fácil. Todos os seus passos foram seguidos de muito perto por Alessandro Florenzi - que roubou a cena no Estádio Olímpico de Roma ao marcar um golaço do meio de campo e ainda impedir que o brasileiro fizesse a diferença.
Neymar não produziu praticamente nada no primeiro tempo, quando mostrou um clima pouco amigável com seu marcador. Ele e Florenzi chegaram a encostar as cabeças e as mãos e trocar algumas palavras menos doces. No segundo tempo, o brasileiro melhorou, conseguiu tocar mais a bola, se desmarcou bem e tabelou com Lionel Messi, oferecendo o gol ao argentino duas vezes.
As estatísticas demonstram, no entanto, que Neymar foi o pior do trio MSN. Suárez marcou o primeiro gol do jogo e foi o mais ativo dos três no ataque, com outras três finalizações, uma na direção do gol. Messi esteve bem, mas não conseguiu deixar sua marca. Na noite em que celebrava sua centésima presença na Champions, o argentino viu suas ações serem minuciosamente bloqueadas por De Rossi, mais dois zagueiros à sua volta, e um goleiro inspirado no final. Ainda assim, vontade não faltou: foram sete disparos, dois para gol.
EM 2014, HERÓI DEU BEIJO NA AVÓ APÓS GOL
A lesão de Rafinha e a falta de eficácia de Neymar foram as piores notícias da noite para o Barcelona, que apesar do empate teve boa atuação, com 69% de posse de bola contra 31% do Roma. Os catalães tiveram 19 finalizações, contra sete dos italianos, mas isso ficou tudo para segundo plano. A glória da noite foi para Florenzi. Um nome ainda pouco badalado, mas há muito cotado como uma das grandes promessas da base italiana. O lateral-direito, muito polivalente, que também atua regularmente pelo meio do campo, marcou um golaço a 50 metros do gol, sendo forte candidato a ao Prêmio Puskás da Fifa.
- Foi um grande gol, vocês viram a minha cara depois de a bola ter entrado. Coloquei as mãos no rosto, porque me emocionei ao ver o que tinha acabado de fazer. Não tive logo a noção, mas rever este gol é emocionante para mim. Não podia passar a bola para Dzeko e pensei: bom, tentarei - disse Florenzi à TV italiana, antes de ser elogiado por Piqué, que se referiu ao gol como um dos "mais incríveis" que já viu.
Houve quem falasse em sorte do italiano, mas quem acompanhou a exibição do lateral-direito não ficou com a mesma sensação. Desde o começo do jogo, Florenzi mostrou estar inspirado. A maioria dos contra-ataques do Roma foram lançados pelo defensor. Salah e Iago Falque eram os receptores e tentavam sua sorte lá na frente. A jogada estava ensaiada, e a rapidez do lateral fez com que o Roma deixasse Piqué e Alba em apuros no primeiro tempo. O lateral também subia muito ao ataque: driblou, procurou a desmarcação dos companheiros e passou sempre a bola no tempo certo.
- Florenzi vai ser o melhor lateral-direito do mundo - frisou o companheiro De Rossi após o jogo.
Perto de completar 39 anos, Totti parece ter encontrado um substituto em Roma. Tal como o histórico capitão, Florenzi também é de Roma, torcedor fanático do seu clube, cria da base dos "giallorossi", clube onde chegou em 2002, saiu por empréstimo apenas na temporada de 2011 e voltou um ano depois. Carismático, emotivo - no ano passado saltou para arquibancada para beijar a avó depois de outro golaço, emocionando o país -, polivalente e especialista em “magias”. Florenzi não esconde o seu desejo de permanecer em Roma para sempre - tal como fez Totti - e herdar a faixa de capitão do veterano. Roma agradece.
Fonte:GE