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Pesquisa avaliará espécies de árvores compatíveis com cafezais

O Incaper irá iniciar mais um projeto de pesquisa na área dos Sistemas Agroflorestais.

Em 23/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) irá iniciar mais um projeto de pesquisa na área dos Sistemas Agroflorestais. Dessa vez, o estudo será feito em lavouras de café que se localizam no entorno da Reserva Biológica de Sooretama e Reserva Natural da Vale, nos municípios de Sooretama, Vila Valério e Jaguaré. Trata-se de uma iniciativa de um projeto aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
 
O projeto, intitulado “Identificação e avaliação de espécies arbóreas compatíveis com cafeeiros no entorno da Reserva Biológica de Sooretama no estado do Espírito Santo”, tem previsão de ser iniciado no segundo semestre deste ano. Seu objetivo consiste em obter informações dos cafeicultores sobre seus cultivos consorciados no entorno das reservas. Por meio da atualização de um diagnóstico regional, será possível conhecer a percepção dos agricultores sobre o seu ambiente, identificando oportunidades de diversificação para uma cafeicultura mais sustentável.
 
De acordo com o coordenador do projeto, o pesquisador Eduardo Ferreira Sales, a motivação da pesquisa se deve ao fato de haver um plantio muito adensado de lavouras de café no entorno das reservas, que engloba os municípios de Sooretama, Vila Valério e Jaguaré, grandes produtores do café do Estado. Há 57 mil hectares plantados na área do estudo. 
 
“Nota-se uma preferência dos agricultores em realizar o plantio de café no entorno da reserva. Possivelmente, isso ocorre porque quanto mais próximo à área de mata, mais harmônico o ambiente para a produção de café. A mata proporciona polinização das lavouras pelas abelhas, proteção contra o vento e diminuição da variação térmica. Muitos agricultores do entorno já indicam que algumas espécies são boas para consorciar com lavouras de café. A pesquisa pretende identificar essas espécies arbóreas e analisá-las a fim de apontar indicativos para o plantio consorciado com café”, disse Eduardo.
 
Ele também disse que esse projeto busca diminuir as incertezas sobre os sistemas agroflorestais com a avaliação da produção do café associado a espécies arbóreas. “Também será feita a identificação da diversidade de inimigos naturais de pragas e de insetos bioindicadores da qualidade do solo nesses sistemas”, disse Eduardo.
 
Outros benefícios para o agricultor a partir dessa pesquisa são a possibilidade de diversificação de renda para a família do meio rural, diminuindo a dependência do café por meio da introdução de espécies com uso econômico, como por exemplo a seringueira; a redução da penosidade do trabalho nas lavouras de café com a possibilidade de trabalhar na sombra, além da ampliação da cobertura florestal nas propriedades rurais harmonizando as atividades agrícolas no entorno das maiores reservas florestais do estado do Espírito Santo.
Fonte:Secom ES