ECONOMIA NACIONAL
Petrobras aprova redução de preços de diesel e gasolina nas refinarias.
Nova política de preços foi aprovada nesta quinta-feira (13).
Em 14/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Petrobras informou nesta sexta-feira (14) que a diretoria executiva da companhia aprovou na véspera a implantação de uma nova política de preços de gasolina e diesel comercializados em suas refinarias.O Grupo Executivo de Mercado e Preços decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15)."Pode-se esperar um maior número de reajustes. A expectativa é que a gente possa fazer uma avaliação mais rápida dos nossos preços", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Segundo a petroleira, se a redução aplicada na refinaria for integralmente repassada ao consumidor final, na bomba dos postos, o diesel pode cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. Já a gasolina pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por litro. A última redução dos preços dos combustíveis foi em junho de 2009.
"Commodities são precificadas pelo mercado. Nós vamos nos referenciar pelo preço de mercado", disse o diretor de refino e gás natural, Jorge Celestino, ao explicar a base da política de preços.
De acordo com comunicado da Petrobras, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão considerou "o crescente volume
de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".
Na bomba dos postos
O presidente do sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, calcula que os postos começarão a repassar a redução do preço da gasolina e diesel a partir de segunda-feira (17).
"Nós temos os tanques bem abastecidos pra atender o final de semana. E qualquer produto que chegar na segunda-feira já vem com o preço novo”, explica.
Segundo ele, mesmo que algum posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros postos estão reduzindo o preço eles preferirão perder dinheiro a perder o cliente.
“A partir de segunda ou terça alguns postos já começam a ter redução pro consumidor pra competir com o mercado e o consumidor com certeza vai pagar menos. Assim os donos de postos também ganham novos clientes”, diz.
Gouveia ressalta que a redução do preço é na gasolina A, e não inclui a carga de impostos nem o etanol anidro, que chega a 27% na mistura.
Por isso, ele preferiu não fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina e diesel.
Mais cara do que no exterior
Atualmente, a gasolina comercializada no Brasil está até 30% mais cara que na média dos preços no exterior, de acordo com cálculos de economistas que acompanham esse mercado.
O último aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias foi anunciado em setembro do ano passado: 6% para a gasolina e 4% para o diesel.
Desde então, a Petrobras vem obtendo elevada margem de lucro com a venda de combustíveis, permitindo à empresa recuperar parte das perdas que teve no período em que o governo a obrigou a manter os preços artificialmente represados.
Sem interferência
Em junho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não iria interferir nas decisões da estatal envolvendo reajuste no preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão "empresarial".
Em abril, a Petrobras informou que "não havia previsão", no momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel, em meio a expectativas do mercado de que uma redução seria anunciada na ocasião.
Na época, analistas afirmaram que uma redução nos preços dos combustíveis seria muito negativa para a Petrobras, uma vez que aumentaria a pressão sobre o fluxo de caixa da estatal, que busca se recuperar de prejuízo de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre.
O governo da ex-presidente, Dilma Rousseff, sofreu críticas no passado por segurar aumento do preço dos combustíveis em momentos de valorização do petróleo no exterior – os preços aqui seguem cotações internacionais.
Segundo os críticos, a medida trouxe prejuízos à Petrobras. O governo, porém, alegava que essa política evitava oscilações prejudiciais aos consumidores e auxiliava no controle da inflação.
Fonte: g1-RJ