ECONOMIA INTERNACIONAL
Petróleo opera em forte queda, após recuo nas ações da China.
As preocupações sobre o crescimento econômico global fazem investidores evitarem o petróleo.
Em 24/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O petróleo opera em forte baixa, em meio à onda de quedas entre as commodities, diante da queda nas ações da China.
As preocupações sobre o crescimento econômico global fazem investidores evitarem o petróleo, levando a cotação a seus níveis mais baixos em mais de seis anos.
Às 7h55 (de Brasília), o petróleo para outubro caía 3,61%, a US$ 38,99 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto na plataforma ICE, em Londres, o petróleo Brent recuava 3,72%, a US$ 43,77 o barril na plataforma ICE, em Londres.
As quedas ocorrem após um declínio de 8,5% no índice Xangai Composto. A China é o maior consumidor global de commodities e o segundo maior mercado para o petróleo, atrás apenas dos Estados Unidos.
"O sentimento não é bom", disse Tamas Varga, analista da PVM. "O mercado chinês está de joelhos e havia uma esperança entre os otimistas no petróleo de que a demanda da China pudesse sustentar" o mercado, apontou ele. Os sinais negativos vindos da potência asiática, porém, dificultam essa visão otimista.
Os preços têm sido pressionados há vários meses, diante dos temores sobre o excesso de produção. A queda, porém, piorou nas últimas semanas, ante temores de uma forte desaceleração na economia chinesa e seu impacto sobre os mercados globais.
A recente desvalorização do yuan gerou mais incertezas no mercado, provocando o temor de que as importações chinesas de petróleo e de commodities em geral recuem mais.
A demanda chinesa pela maioria das commodities teve uma queda forte desde que a segunda economia mundial começou a mostrar sinais de desaceleração no crescimento. Mas sua demanda por petróleo tem se sustentado ante outras commodities, já que o país tem aumentado seu estoque.
O excesso de oferta segue como um fator a pressionar os preços, diante da produção recorde de produtores cruciais, como a Arábia Saudita, e a expectativa de que o Irã volte a exportar mais, após chegar a um acordo nuclear com várias potências.
Nos EUA, os preços são pressionados pela forte produção de xisto, que resiste apesar dos baixos preços. Na mais recente contagem, o número de poços e plataformas em atividade nos EUA subiu 2, para 674, segundo a consultora do setor Baker Hughes.
Analistas se questionam sobre qual pode ser o piso para a commodity. Muitos acreditam que ele pode ainda levar vários meses para chegar um piso, diante do excesso de oferta.
A Citi Research afirma em nota que as mínimas de 2008, quando o petróleo atingiu US$ 32,40 o barril durante a crise financeira, são "uma realidade concebível" atualmente.
Como a China consome 12% do petróleo global, muitos acreditam que um colapso nas importações do país seria catastrófico para o mercado.
Alguns, porém, apontam que isso não acontecerá. O diretor de pesquisa em commodities do Morgan Stanley, Adam Longson, disse que, apesar de dados macroeconômicos fracos, a maior parte da demanda chinesa por petróleo resiste.
Na avaliação dele, de fato os fundamentos do mercado não são fortes, mas a fraqueza é excessiva, por causa do sentimento negativo.
Em nota divulgada no fim de semana, o Société Générale aponta que, com as preocupações sobre o crescimento global e a temporada de manutenções nas refinarias, os preços devem seguir pressionados, a menos que apareça algum fator novo capaz de impulsioná-los.
Fonte: Estadão