Petróleo recua em meio a preocupações com excesso de oferta.

Os preços do petróleo seguem em queda nesta quinta-feira (24) em meio a preocupações sobre o excesso de oferta nos EUA, que ressurgiram em um mercado que tem sido impulsionado por esperanças de um congelamento na produção.

Às 8h39 (de Brasília), o petróleo tipo Brent para maio caía 2,03%, a US$ 39,65 por barril, na ICE, enquanto o WTI para o mesmo mês negociado na Nymex recuava 2,14%, a US$ 38,94 por barril.

As quedas coincidem com os baixos volumes de negociação antes do feriado de Páscoa, de modo que as flutuações de preços ficam menos suscetíveis.

A preocupação com o crescimento dos estoques de petróleo foi desencadeada por dados do Departamento de Energia dos EUA divulgados na quarta-feira que mostraram que os estoques de petróleo nos EUA subiram 9,4 milhões de barris. Este aumento foi significativo, dizem os analistas, e maior do que as estimativas divulgadas na terça-feira pelo American Petroleum Institute (+8,8 milhões).

No entanto, duas notícias podem alavancar os preços da commodity. A primeira é que uma crise de energia na Venezuela poderia reduzir as exportações de petróleo e a segunda é que a Petrobras anunciou o fechamento de 11 campos de petróleo para reduzir os custos. Analistas acreditam que estes dois fatores poderiam apertar o abastecimento para os EUA nas próximas semanas.

A próxima grande data para o mercado de petróleo é o dia 17 de abril, quando os principais produtores de petróleo se reunirão em Doha para discutir uma possível redução ou congelamento da produção.

"O que for feito (em Doha) poderá ser uma referência para o mercado de petróleo para o resto do ano", segundo Olivier Jakob, analista da Petromatrix com sede na Suíça.

Enquanto muitos analistas agora dizem que o aumento da demanda por petróleo irá aumentar o preço na segunda metade do ano, essas previsões serão atingidas por qualquer acordo sobre a produção.

Outro grande problema para o mercado de petróleo bruto são os produtos refinados, de acordo com analistas da Energy Aspects, com sede em Londres. Maior demanda por produtos refinados muitas vezes é uma boa notícia para o preço do petróleo, porque isso significa mais estoques podem ser utilizados em refinarias.

Fonte: Dow Jones Newswires.