MOTOR

Peugeot confirma 5008 e estuda futura picape para o Brasil

Montadora quer focar negócios no país em SUVs premium e comerciais leves.

Em 09/10/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Com boa demanda do renovado 3008, a Peugeot quer focar seus negócios no Brasil em SUVs premium e comerciais leves. A próxima novidade é o furgão Expert, mas o utilitário de luxo 5008 está confirmado para o ano que vem, afirmou o presidente mundial da Peugeot, Jean-Philippe Imparato, à agência Reuters.

Além deles, a fabricante avalia vender no Brasil uma nova picape com capacidade para 1 tonelada, que brigará entre as médias Ford Ranger, Toyota Hilux e Chevrolet S10, por exemplo. O modelo será desenvolvido em parceria com a chinesa Changan até 2021.

"A picape faz sentido para o Brasil e é importantíssima para contribuir tanto em volume como em rentabilidade", disse à Reuters o presidente da PSA para a América Latina, Carlos Gomes.

Lançado em junho, o SUV 3008 é importado da França e tem fila de espera de 4 meses, segundo a diretora-geral da Peugeot do Brasil, Ana Theresa Borsari. "Tínhamos quota de 250 unidades, mas hoje temos demanda para 900 carros", disse.

Para o presidente mundial da Peugeot, Jean-Philippe Imparato, a situação é "um problema, mas uma oportunidade pois protegemos o valor residual dos carros."

O grupo PSA tem um complexo industrial em Porto Real (RJ) com a marca irmã Citroën, mas o executivo não comentou se a Peugeot pretende ampliar a gama de modelos produzidos no Brasil.

A unidade produz os modelos Peugeot 208 e 2008 e Citroën C3 e Aircross. "Para a América Latina, o objetivo final é sempre que possível fazer os carros localmente."

Com carga útil de 1.500 kg, o Peugeot Expert começou a ser fabricado no Uruguai, na mesma linha do "irmão" Citroën Jumpy, e será vendido no final deste mês, com preços a partir de R$ 79.990.

O objetivo da Peugeot é equiparar a gama vendida no Brasil aos modelos que estão na Europa nos próximos cinco anos, como parte da estratégia da marca de melhorar resultados e sua percepção da marca entre consumidores locais.

"Volume (de vendas) não é nossa preocupação. Prefiro elevar minha imagem de marca... Não vamos mais cair na tentação de criar um carro pequeno desenvolvido especialmente para Brasil. Paramos de vender a qualquer preço", afirmou o executivo.

"Brasil tem que entrar na convergência e ter a mesma gama de veículos (da Peugeot) que a Europa em cinco anos."

Atualmente, os maiores mercados de veículos para a Peugeot no mundo são Irã, França e China, disse Imparato. Ele evitou comentar metas de vendas para Brasil ou América Latina, mas disse que ao definir o Brasil como prioritário a Peugeot enxerga "grande potencial de desenvolvimento futuro da marca".

Segundo dados da associação de concessionários de veículos Fenabrave, a Peugeot vendeu no ano até setembro no Brasil 19.128 automóveis e comerciais leves, equivalentes a uma participação de mercado de 1,22%, ante 7,79% de sua rival também francesa Renault.

A líder do mercado é a General Motors (GM), com vendas acumuladas de 282,8 mil carros e comerciais leves, categoria que além de vans de tranporte de produtos e picapes inclui utilitários esportivos.

Como parte da renovação da marca no país, processo em andamento desde 2015, a Peugeot promoveu uma renovação de 60% de seus grupos de concessionários, reduzindo o número de lojas da marca no país de 140 para as 106.

Segundo Borsari, a reversão do mercado brasileiro nos últimos meses, saindo de queda de dois dígitos para crescimento de 24% em setembro, está sendo puxada pelas vendas para pessoas jurídicas, principalmente locadoras de veículos, que tipicamente geram margens menores para as montadoras.

"Há alguns primeiros indicadores que começam a ser favoráveis o que nos leve a acreditar em uma retomada (do mercado), mas, diferente de anos anteriores, será uma retomada muito mais lenta no canal de pessoa física", disse a executiva.

Segundo Gomes, a PSA é rentável na América Latina desde 2015, tendo alcançado lucro de mais de 100 milhões de euros em 2016. Ele evitou fazer projeções para este ano.

"O mercado está sendo destruidor de margem em 2017, as montadoras no Brasil empurraram produção para a Argentina, que está crescendo, o que colabora para reduzir margens, enquanto no Brasil ficou estável", disse Gomes.

Sobre a europeia Opel, comprada da GM pela PSA no início do ano, Gomes disse que o Chile seguirá nos próximos dois a três anos pelo menos como único país da América Latina a vender carros da marca. "A prioridade da Opel é a Europa".

(Foto: AP Photo/Christophe Ena)