EDUCAÇÃO

PMV: Escola desenvolve projeto de comunicação não violenta

Escola de Vitória desenvolve um projeto de comunicação não violenta na educação infantil.

Em 21/09/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/PMV

A escola e a família, como primeiras instituições de cuidado e proteção, têm a responsabilidade de acolher as crianças em suas individualidades e mostrar para elas o quanto elas são especiais para o mundo.

"Toda criança no mundo deve ser bem protegida contra os rigores do tempo, contra os rigores da vida. Direito de perguntar... ter alguém pra responder. A criança tem direito de querer tudo saber. A criança tem direito até de ser diferente. E tem que ser bem aceita seja sadia ou doente".

Esses versos, do poema Os Direitos das Crianças, de Ruth Rocha, destacam que é primordial a infância ser bem vivida para que as crianças possam ser pessoas felizes. Neste sentido, a escola e a família, como primeiras instituições de cuidado e proteção, têm a responsabilidade de acolher as crianças em suas individualidades e mostrar para elas o quanto elas são especiais para o mundo.

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E foi com o intuito de melhorar o acolhimento entre as crianças, as famílias e os profissionais da unidade de ensino que o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Rubens José Vervloet Gomes, em Jardim Camburi, embarcou numa jornada de descobertas e novas possibilidades por meio do Projeto Comunicação Não Violenta na Educação Infantil, junto com a Comissão de Educação em Direitos Humanos e a Coordenação de Educação Infantil (CEI) da Secretaria Municipal de Educação (Seme).

Segundo a técnica de referência da Comissão de Educação em Direitos Humanos da Seme, Débora Souza, o objetivo era ampliar as experiências de comunicação no Cmei a partir da abordagem da comunicação não violenta como possibilidade de fortalecimento das relações interpessoais entre crianças, famílias e profissionais da unidade de ensino, aumentando o nível de empatia e de confiança para demonstrar e acolher as vulnerabilidades humanas a fim de oportunizar o desenvolvimento de relações com maior conexão.

"No ano de 2022, foram realizados dois momentos de roda de conversas com famílias do Cmei, sendo uma no turno matutino e outra no vespertino. A roda de conversa foi realizada pela Comissão de Educação em Direitos Humanos com a temática comunicação não violenta. Ao final de cada roda de conversa, as famílias solicitaram que fosse desenvolvido um projeto de comunicação não violenta na unidade de ensino. A partir da solicitação das famílias e do diagnóstico sobre as relações intra e interpessoais no Cmei, foi desenvolvido, junto com a equipe pedagógica, o planejamento do projeto para o ano letivo de 2023", explicou Débora.

Para tanto, foram realizados três encontros de formação com todos os profissionais do Cmei, dois pelo Google Meet e um presencial. O primeiro e o segundo encontro foram realizados na modalidade on-line. Os dois encontros foram coordenados pela Comissão de Educação em Direitos Humanos da Seme. Foram apresentados os principais conceitos da comunicação não violenta e práticas de comunicação não violenta.

Também foram realizados relatos das atividades desenvolvidas no Projeto. Dentre as atividades realizadas destacam-se reuniões de planejamento com as professoras e equipe pedagógica das turmas envolvidas, realização de atividades com as famílias e círculos de diálogos com crianças, famílias e profissionais. Já o encontro presencial, organizado pela equipe pedagógica do Cmei, oportunizou aos profissionais da unidade de ensino avaliarem as percepções de si mesmos e as relações com o outro.

"Desenvolver esse projeto tem sido uma experiência muito gratificante, pois surge de um coletivo da unidade de ensino. O assunto tratado nos permite pensar e repensar nossa humanidade, a convivência social e as relações interpessoais. Trazer para o currículo da educação infantil a temática da comunicação não violenta tem sido uma experiência diária de possibilidades, de afetos, de cuidado consigo mesmo e de um olhar mais atento na relação com o outro", destacou a diretora do Cmei Rubens José Vervloet Gomes, Terezinha Pinheiro de Souza.

Projeto-piloto

O Projeto Comunicação Não Violenta na Educação Infantil está acontecendo de forma piloto com as três turmas de grupo 5 do Cmei. Conforme explica a diretora da unidade de ensino, o grupo 5 foi escolhido por ter um maior número de crianças da educação especial por turma. Em um dos grupos 5, por exemplo, das 26 crianças matriculadas, quatro são atendidas pela educação especial, daí a necessidade de trabalhar com as crianças o olhar empático com relação às diferenças.

"O foco deste ano são as turmas do grupo 5, mas outras turmas da escola estão se sentindo incentivadas a desenvolver atividades de comunicação não violenta na própria sala a partir da contação de histórias e das oficinas", contou a diretora do Cmei.

Eventos

O Projeto Comunicação Não Violenta na Educação Infantil teve início em março e vem sendo desenvolvido mês a mês ao longo deste ano. Nesta quinta-feira (21), acontecerá um dos eventos do projeto mais aguardados pelas crianças. A quadra de esportes do Cmei vai se transformar numa floresta e lá os pequenos vão participar de um acampamento com direito a fogueira, lago para pescaria, cantinho do picnic, uma cabana e até uma minicozinha para as crianças brincarem de fazer comidinhas.

Como em toda floresta, nesta não poderia faltar os bichos. A criançada vai receber a visita da girafa, que é o mamífero terrestre com o maior coração, e, por isso, na comunicação não violenta, ela representa uma forma de se comunicar mais empática e afetuosa, desprovida de juízo de valor. Na comunicação não violenta, o antagonista da girafa é o chacal, que representa o olhar vago e raso sobre as coisas e situações, comunicações com pouca conexão e pobres de compreensão.

 "As crianças são afetadas de uma forma tal que o pensamento infantil demonstra uma naturalidade para entender e compreender o coleguinha, aceitando o outro como ele é, seja o colega da educação especial, seja o outro colega que demonstra ser diferente dele. Os exemplos aparecem nas diferentes propostas que estão sendo utilizadas nesse projeto de comunicação não violenta. Um abraço, uma pergunta, um gesto, simbolizam um pouco como as crianças estão participando do projeto e, em consequência, as famílias", detalhou a diretora do Cmei, Terezinha Pinheiro de Souza.

Mas o Projeto não acaba com o acampamento. Há diversas outras ações ainda previstas. No dia 27 de setembro, por exemplo, haverá uma roda de conversa com as famílias das crianças do grupo 5 matutino utilizando a camisa do abraço, uma camisa de mangas compridas preenchida com material macio e costurada, que serve de aconchego. O encontro terá como embasamento o livro "Quero abraço, o que é que eu faço?". A ação é preparada pela Gerência de Formação em Educação e pela equipe pedagógica do Cmei e, ao final, as crianças se juntarão as suas famílias.

Programação do acampamento

  • 13h às 13h20: acolhimento em sala de aula;
  • 13h20 às 14h: rodinha de músicas com a participação de dinamizadores de música;
  • Música 1: Olha o que achei passeando na floresta;
  • Música 2: Centopeia;
  • Música 3: Eu vi um tatu bola rolando no jardim;
  • Música 4: vamos passear na floresta enquanto seu lobo não vem;
  • 14h às 14h20: lanche no acampamento;
  • 14h20 às 15h: visita da girafa;
  • 16h às 16h20: jantar;
  • 16h20 às 16h30: registro das atividades e das ideias das crianças;
  • 17h: receber o colar coração de girafa. (Secom/PMV)

 

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