POLICIA

Polícia apura casos de corrupção na Câmara de Muqui, no ES.

Vice-presidente da casa diz que investigação faz parte de "briga política".

Em 18/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após denúncias de corrupção, a polícia realizou a operação “Expresso Cacique” na Câmara Municipal de Muqui, no Sul do Espírito Santo, nesta quarta-feira (17). Documentos recolhidos foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF) para dar continuidade à investigação.

Até o momento, o Ministério Público investiga possíveis irregularidades no uso de diárias, no abastecimento de veículos particulares de vereadores e no contrato com uma empresa que gravava e transmitia as sessões da Câmara de 2011 a 2014.

Depois de fazer uma busca nos arquivos da Câmara, sete pastas de documentos foram levadas pelos policiais do Grupo de Apoio a Operacional (GAO) da Polícia Militar. Também participaram da operação policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Investigação
O promotor do Ministério Público Fábio de Souza informou que o órgão quer descobrir se há justificativa para abastecimento em carros particulares.

“A verificação que está sendo feita é se existe um controle em relação a isso e, sobretudo, qual é a finalidade desse abastecimento em carros particulares. A gente quer descobrir se o vereados tem comprovação para esse deslocamento e a finalidade desse deslocamento”, explicou o promotor.

O Ministério Público também investiga o contrato de uma empresa responsável em transmitir sessões da Câmara de 2011 a 2014. A promotoria acredita que era realizada uma manobra para desvio de dinheiro envolvendo a empresa.

“Essa transmissão teve um custo anual de mais de R$ 100 mil, durante quatro anos, sendo que a gravação era feita somente das sessões, eventualmente de alguma situação do próprio município e a transmissão era feita através da rádio comunitária”, comentou o promotor Fábio Souza.

No entanto, segundo o promotor, o horário da transmissão pela rádio comunitária de Muqui é o mesmo do programa obrigatório Voz do Brasil, do Governo Federal.

“Há a informação de que essa empresa fazia um repasse mensal em torno de R$ 500 a essa rádio comunitária. E a rádio comunitária não pode receber recurso de natureza semelhante à propapanda, a não ser como apoio cultural”, explicou Fábio Souza.

Além disso, o MPF apura denúncias de que a Câmara pagava por contas de duas linhas telefônicas de outras pessoas. Se forem comprovadas as irregularidades, os envolvidos terão que devolver todo o dinheiro desviado.

“Na semana passada, a promotoria já deu entrada na Justiça numa ação de improbidade administrativa, já buscando o ressarcimento desses valores e as sanções que a própria lei indica em desfavor de quem autorizou essas despesas, sem prejuízo de outras atitudes que serão tomadas a partir da operação realizada hoje”, disse o promotor.

Outro lado
O vice-presidente da Câmara, Alessando Mateus, que é vereador do PSB, disse que a investigação faz parte de uma briga política e que não há irregularidades na casa.

O diretor-geral da Câmara de Muqui, Roberto Carrari, disse que prefere não se manifestar em relação ao caso, por enquanto.

Fonte: G1