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Polícia se reúne com órgãos em MG para discutir protesto de índios

Krenaks fecharam trecho da Vitória a Minas em Resplendor.

Em 10/12/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) segue bloqueada por índios, nesta manhã de quarta-feira (10), em Resplendor, Minas Gerais. Segundo a Vale, empresa que administra a ferrovia, a interdição começou às 17h desta terça-feira (9), quando um funcionário foi feito refém. A Polícia Militar foi procurada pelo G1 e informou que desconhece que algum representante da empresa tenha sido impossibilitado de sair do local onde acontece o protesto.

Por nota, a Vale informou que as exigências "feitas pelos indígenas não são razoáveis, dados que muitos pedidos já foram atendidos integralmente em ocasiões anteriores." O motivo da manifestação, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), é que a Vale não aceitou as reivindicações feitas pelos indígenas, um ano após o vencimento de um acordo entre a empresa e o povo. O acordo foi feito depois da extinção da Ação Civil Pùblica, em 2008. A mesma tribo já havia fechado a EFVM no último sábado (6).

A Funai disse que "os índios Krenak vêm sendo assistidos pela Vale por meio de um projeto de fomento à pecuária leiteira, que também conta com suporte técnico da Funai. O prazo do acordo de fomento está vencido, e a negociação de um segundo termo aditivo para o projeto ainda não chegou a um consenso."

Nesta manhã, representantes da Vale, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério Público Federal (MPF) e polícia se reuniram para discutir a negociação. De lá, os participantes seguiram ao encontro do povo indígena Krenak, para tentar convencê-lo a estar presente em outra reunião, programada para esta tarde, na sede da prefeitura, mas ainda sem hora marcada.

A manifestação afetou a operação ferroviária e paralisou, inclusive, a circulação do trem de passageiros. A situação foi normalizada e os trens voltaram a circular no domingo (7).

Apesar de ter sido bloqueada por membros da tribo, a Estrada de Ferro Vitória a Minas está fora da área de abrangência da Terra Indígena Krenak.

A Vale informou que representantes da empresa se reuniram com os indígenas na Terra Indígena Krenak, nesta segunda-feira (8), não havendo consenso entre as duas partes. Nesta terça, a Vale encaminhou novamente representante ao local, mas ao chegar, ele foi impedido de sair e obrigado a seguir junto com a comunidade para a ferrovia, local da ocupação.

O tenente do Batalhão da Polícia Militar de Resplendor, Ilismar da Silva Natividade, informou que para a polícia não houve informações de refém. “Ninguém estava como refém sendo impedido de sair. Quem estava lá estava por que queria e em nenhum momento nos relatou que estivesse lá obrigada ou sofrendo qualquer ameaça. Inclusive, todos os funcionários que estavam lá, participam de uma reunião com a gente”, disse o tenente.

Reivindicações
Segundo a mineradora, as reivindicações dos indígenas envolvem repasse financeiro no valor de R$ 3 milhões ainda este ano; a saída da equipe técnica que apoia a implementação do projeto de pecuária leiteira; e a não participação da Funai e do Ministério Público Federal nesse processo.

Para a Vale, a empresa não tem obrigação legal, mas durante várias reuniões, com o Ministério Público Federal e com a Funai, os indígenas se mostraram inflexíveis diante das propostas apresentadas.

Trem de passageiros
A Vale informou que os passageiros que já haviam adquirido seus bilhetes poderão se dirigir às estações ao longo do trecho para remarcar a passagem ou solicitar reembolso no prazo de 30 dias.

Mais informações podem ser obtidas pelo Alô Ferrovias (0800 285 7000), canal de atendimento gratuito mantido pela empresa. A mineradora informou que lamenta o ocorrido e que já está tomando as medidas necessárias para liberar o trafego ferroviário o quanto antes e garantir o embarque dos passageiros que estão com viagens agendadas para os próximos dias.

Fonte: G1-Espírito Santo