É possível tornar o novo aeroporto de Vitória mais competitivo

O que pode tornar o novo aeroporto de Vitória diferenciado e mais atrativo comercialmente frente à outras 27 capitais brasileiras? Segundo um estudo da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), a partir de dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o atual aeroporto de Vitória responde por movimentação de R$3,6 bilhões. Este número pode subir para R$5,9 bilhões, caso o novo aeroporto trabalhe com sua capacidade máxima de instalação. E os dados podem ser ainda melhores.  

Segundo o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, o estado pode ganhar em mais postos de trabalho, movimentação financeira e de impostos. “Se o Governo Estadual seguir a linha de ações de seus vizinhos Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, tornando o destino mais atrativo a partir de políticas tributárias, é projetado que a movimentação financeira chegue a R$ 6,2 bi”, diz. 

O assunto foi pauta de uma reunião que aconteceu na última semana entre Abear, Espírito Santo Convention Bureau e Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), que se mostrou aberta ao novo formato de incentivo. 

O presidente do Espírito Santo Convention Bureau, Paulo Renato da Fonseca Jr., contou que faltam ajustes para que as expectativas do trade turístico se consolidem. “O secretário da Fazenda, Bruno Funchal, solicitou em contrapartida que o trade turístico se mobilize para garantir o acréscimo da oferta de voos e a expansão do número de destinos. Já estamos com movimentações neste sentido”, conta.

COMPETITIVIDADE 

Apenas no Brasil há cobrança de impostos sobre combustíveis aéreos, o que torna o turismo estrangeiro mais atrativo. Eduardo Sanovicz explica que este é o motivo para o país exportar turistas.  

“Quando um brasileiro planeja viajar para um belo destino interno, como o Espírito Santo, que tem muitas belezas naturais, cultura e infraestrutura, e se depara com passagens aéreas mais caras que para Buenos Aires, na Argentina, por exemplo, ele certamente se questiona dos motivos para isso ou altera sua decisão”, explica.

Atentos a isso dos 27 estados brasileiros, 17 têm algum tipo de incentivo tributário. Por exemplo, quando Minas Gerais reduziu seu Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para querosene de aviação para 11%, o estado ganhou novo conjunto de voos, um centro de convenções e na última semana disponibilizou incentivo para conectar cidades menores ao aeroporto central.

NÚMEROS

Eduardo Sanovicz apresentou durante o evento Desafios do Destino ES, que aconteceu na última semana, em Vitória, em realização do Convention Bureau, o panorama do número de movimentação financeira, empregos e arrecadação de ICMS do novo aeroporto de Vitória em três cenários: atual, estimativa pós-obras e estimativa pós-obras com ICMS de 12%.

Quanto a geração de empregos, hoje o aeroporto responde por 76.835 vagas. Com a inauguração e em funcionamento de sua capacidade total este número cresce para 128.058. Já se o Governo implantar alíquota de 12%, os empregos em torno do novo equipamento podem chegar a 134.283.

ARRECADAÇÃO DE ICMS

A arrecadação de ICMS do atual aeroporto é de R$ 207 milhões, em uma simulação com a nova capacidade o valor subirá para R$ 344 milhões e com novo imposto para combustíveis aéreos teria redução de R$5 milhões, que, de acordo com Sanovicz, seria vantajoso para o Estado. 

“Apesar da queda à primeira análise, na arrecadação total, que engloba outros fatores subiria de R$526 milhões para R$ 529 milhões. Hoje este dado gira em R$ 316 milhões”, diz.

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