ECONOMIA NACIONAL

Poupança registrou retirada líquida de R$ 35,5 bi em 2021

A caderneta de poupança registrou, em 2021, a terceira maior retirada líquida da história.

Em 06/01/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Apesar do resultado negativo no ano, em dezembro, os brasileiros depositaram R$ 7,66 bilhões a mais do que sacaram da poupança.

Pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros, a caderneta de poupança registrou, em 2021, a terceira maior retirada líquida da história. No ano passado, os investidores sacaram R$ 35,5 bilhões a mais do que depositaram, informou hoje (6) o Banco Central (BC).

A retirada líquida – diferença entre saques e depósitos – só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões). Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.

Em 2020, a caderneta tinha registrado capitação líquida – diferença entre depósitos e retiradas – recorde de R$ 166,31 bilhões. No ano retrasado, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, depositado em contas poupança digitais, inflou o saldo da poupança. A instabilidade no mercado financeiro no início da pandemia de covid-19 também aumentou temporariamente as aplicações na caderneta.

Apesar do resultado negativo no ano, em dezembro, os brasileiros depositaram R$ 7,66 bilhões a mais do que sacaram da poupança. O valor é 62,8% menor que a captação líquida de R$ 20,6 bilhões registrada em dezembro de 2020. Tradicionalmente, os brasileiros depositam mais na caderneta em dezembro, por causa do pagamento da segunda metade do décimo terceiro salário.

A aplicação começou 2021 no vermelho. De janeiro a março, os brasileiros retiraram R$ 27,54 bilhões a mais do que depositaram, influenciado pelo fim do auxílio emergencial. Com o pagamento da segunda rodada do benefício, a situação mudou. Os depósitos superaram os saques de abril a julho.

A partir de agosto, a caderneta voltou a registrar mais retiradas que depósitos. Mesmo com a continuidade do pagamento do auxílio emergencial até outubro, os brasileiros continuaram a sacar. O rendimento abaixo da inflação acarretou a migração para outras aplicações. Ao mesmo tempo, a alta do endividamento das famílias levou a saques para compensar despesas urgentes.

Rendimento

Até o início de dezembro, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). No mês passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25% ao ano.

O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação. Em 2021, a aplicação rendeu 2,99%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 10,42%. O IPCA cheio de 2020 será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Por Wellton Máximo/Agência Brasil)

Leia também:

Emplacamentos em 2021 cresceram 10,5%, diz Fenabrave
FGV: indicador de emprego tem segunda queda consecutiva
PPSA tem arrecadação recorde de R$ 1,22 bilhão para a Uniã
Intenção do Consumo fecha 2021 abaixo do nível de satisfação
Preços da indústria sobem 1,31% em novembro, diz IBGE
Contribuição do MEI subirá para R$ 60,60 a partir de fevereiro
Superávit da balança comercial encerrou 2021 com recorde
Mercado financeiro prevê que economia vai crescer 0,36%
Taxa de custódia do Tesouro Direto cai para 0,2% em janeiro
Desoneração da folha para 17 setores é prorrogada até 2023

TAGS:
POUPANÇA | BANCO CENTRAL | IPCA | RETIRADA LIQUÍDA | RENDIMENTO