OPINIÃO
Precisamos de mais segurança?
Travamos debates complexos acerca da segurança pública, diz Dr. Eduardo Sarlo.
Em 28/09/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Dr. Eduardo Sarlo
Recentemente, um supermercadista tradicional do nosso Estado foi covardemente assassinado quando saia do seu trabalho, e se dirigia a um banco para fazer o depósito das suas vendas, fruto de trabalho sério e honesto, após um longo dia de labuta. Ele foi surpreendido por meliantes que nada o perguntaram, simplesmente levaram a sua vida e seu dinheiro.
Com lentes focando nesse fato, nos deparamos com a cruel realidade brasileira, um homem que teve sua vida ceifada, vítima de disparos de bala, deixando mulher e filho. Ora, quem é responsável pela segurança de um trabalhador, de um empresário que se vê em risco sempre que tem os seus vencimentos percebidos? Não seria o Estado obrigado a proporcionar segurança? O trabalhador e o empresário pagam os seus impostos para tanto, correto?
Vivemos uma insegurança absoluta, não temos mais paz em um dia que seria de suma importância para qualquer trabalhador, seja ele empregado ou empregador. Muito se fala em segurança, reformas, arrecadação e gastos públicos. Mas a cada dia observamos que estamos mais vulneráveis, frágeis e suscetíveis a um episódio como o que ocorrei com o supermercadista, que foi covardemente assassinado após um dia duro de trabalho.
Travamos debates complexos acerca da segurança pública e como devem ser feitos os investimentos. Entretanto, nos deparamos com um cotidiano muito semelhante a de uma guerra civil, onde quem sempre amarga as maiores dores é o trabalhador, o empregador, o comerciante, o empresário.
Neste ano temos eleições municipais e devemos escolher nossos representantes com muito estudo e ética pois já passou da hora de focar nossos esforços, tanto intelectuais quanto financeiros, com o objetivo de termos representantes dignos que se preocupem com os homens de bem, os trabalhadores. E que não deixem a educação de lado, tendo vista que se não investirmos nessa garantia básica constitucional, teremos menos trabalhadores, empresários e comerciantes e mais assaltantes, assassinos e representantes públicos que não se preocupam com o coletivo e sim com o individual.
Por fim, vale frisar que o Estado é o ente público responsável por zelar pela nossa segurança, principalmente quando recebemos nossos salários, nossos vencimentos e quando transportamos bens e pessoas. Deveríamos sim ter segurança e não viver esta verdadeira insegurança.
Sobre o autor:
Dr. Eduardo Sarlo, é advogado, professor e conselheiro da OAB-ES.