NEGÓCIOS

Presença brasileira em SXSQ EUA rende US$ 26 milhões

Apex contabilizou ainda mais de US$ 93 milhões em negociações.

Em 24/03/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A participação no South by Southwest (SXSW), festival de economia criativa e inovação que aconteceu em Austin, no Texas, rendeu a empresas brasileiras o montante de mais de US$ 26,8 milhões em negócios fechados.

Os dados são da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que neste ano levou 77 empresas do país para participar do evento, que aconteceu entre os dias 9 e 18 de março. O número foi maior que as 62 empresas participantes no ano passado, e rendeu ao Brasil o posto de segunda maior delegação no SXSW de 2018.

Além dos US$ 26 milhões em negócios imediatos, a Apex contabilizou ainda mais de US$ 93,4 milhões em negociações que devem ser concretizadas nos próximos 12 meses – totalizando US$ 115 milhões em negócios. O montante teve origem em 1,6 mil contatos de empresários brasileiros com possíveis compradores, investidores e parceiros.

Um dos que comemoram a participação no festival é Bruno de Souza Rêgo, da startup Leegol, plataforma que faz a mediação entre empresas e consumidores com reclamações não resolvidas. Ele comemora contatos concretos com dois advogados, ambos dos Estados Unidos, com quem conversou sobre investimentos para expandir o serviço para o país. A expectativa de faturamento para o primeiro ano de operações é de R$ 10 milhões.

“O festival para a gente foi excelente, foi uma porta de entrada para a gente expandir o mercado”, diz Rêgo. O serviço, que antes se chamava Mediador, inclusive mudou de nome para garantir mais chances no mercado internacional. “A participação no evento superou as expectativas. Eu queria fazer uma investigação, não esperava tanto interesse”, confessa.

Quem também vislumbra bons frutos da participação no SXSW é Janaina Augustin, diretora de Outras Telas da produtora O2 Filmes. A empresa levou ao festival um projeto que envolve a criação de experiência com interatividade, e buscou investimentos para colocá-lo de pé. “A gente encontrou investidores de outros países que se interessaram em patrocinar o projeto”, conta ela.

“Não posso falar muito porque tem confidencialidade, mas a gente está com tratativas com empresários da Noruega, dos Estados Unidos e do Brasil também”, revela Augustin. “No Brasil, a gente não tem acesso a empresas e investidores olhando de maneira tão fixa para inovação. Lá, conseguimos ter acesso a investidores que estão especificamente buscando produção de conteúdo com inovação.”

Já Ruriá Duprat e Eduardo Santos, sócios da produtora de áudio Banda Sonora, comemoram quatro contatos promissores que devem render para a empresa produções e mixagem para cinema, séries de TV, publicidade e trailers de filmes. “Dois é certo e seguro que vão acontecer. Outros dois, muito provavelmente”, contabiliza Duprat, que agora está em negociação com os norte-americanos que conheceu no festival para concretizar os negócios.

Empolgado, ele confessa que não esperava conversas tão promissoras do evento, do qual participou pela primeira vez. No entanto, não arriscou dizer o valor que os trabalhos devem render para a empresa. “Não tem um trabalho pontual, mas tem coisas bastante possíveis de acontecer”, resumiu Duprat.

Brasil amplia participação

Segundo a diretora de Negócios da Apex-Brasil, Márcia Nejaim, houve um “crescimento de 500% no número de empresas que participam de 2014 para cá” do SXSW. “Fortalecemos nossas ações tanto de negócios, quanto de promoção da imagem do Brasil”, disse em nota.

Neste ano, pela primeira vez a delegação brasileira contou com grandes empresas. Enquanto o país tenta reconquistar a credibilidade internacional após a crise, as companhias buscam eventos como o SXSW para ganhar notoriedade.

Entre as maiores que estiveram presentes estavam Ambev, Natura, Embraer e Itaú Unibanco.

(Foto: Divulgação)