EDUCAÇÃO
Pressionada, Kroton Educacional mira a educação de base
O foco são escolas de marca forte, com valor médio acima de 1.250 reais por aluno.
Em 12/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Com a temporada de balanços chegando à reta final, nesta sexta-feira é dia de conferir os resultados do terceiro trimestre do maior grupo de educação do país, a Kroton. Acostumada a apresentar bons resultados, a Kroton deve surpreender negativamente.
O lucro da Kroton deve crescer 4% na comparação anual e ter uma queda de 30% na comparação trimestral, para 381 milhões de reais. O resultado deve refletir os dados já publicados pela empresa, que mostram uma “significante redução na base de alunos”, conforme afirmam analistas do Itaú BBA em relatório.
A base total de alunos do grupo no terceiro trimestre caiu 1,5%, para 901.600 estudantes. A principal contração veio do total de alunos presenciais, que teve redução de 6%. A Kroton afirma que o resultado foi impactado pelo alto número de formaturas, que subiu 11% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Mas as rematrículas também caíram, 7%, e evasão presencial foi alta, de 13,6%.
A crise econômica e a redução do financiamento público, o FIES, continuam afetando os resultados das principais empresas de ensino superior. Como a vida ficou mais difícil, a estratégia das maiores redes agora é entrar no promissor mercado de educação básica (que compreende desde a educação infantil até o ensino médio), ainda pouco consolidado no país.
A Kroton está avaliando 16 ativos na área, três deles em fase avançada de negociação. Segundo a empresa, o foco se concentra em escolas de marca forte e com valor médio de mensalidade acima de 1.250 reais por aluno.
A Estácio, segunda maior rede do país, decidiu se concentrar na classe popular, com mensalidades entre 595 e 695 reais. Em outubro, a companhia anunciou o processo de matrícula das aulas da Escola Estácio, que será de ensino médio e profissionalizante. As aulas serão ministradas nos próprios campi das faculdades, nos períodos da manhã e tarde, quando a taxa de ocupação é baixa. A aquisição de outras instituições também está no radar.
A Estácio estava em processo para ser adquirida pela Kroton até junho deste ano, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vetou a união. Agora, cada uma segue seu caminho. Ou melhor, as duas seguem o mesmo caminho.
Imagem: EXAME Hoje/Divulgação