MOTOR

Primeiras impressões: Lexus NX 200t

SUV da marca de luxo que pertence à Toyota chega a partir de R$ 216 mil.

Em 20/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Se 2015 promete ser o ano dos SUVs no Brasil, o segmento de luxo não poderia ficar de fora. A Lexus, divisão mais sofisticada da Toyota, acaba de trazer para o Brasil seu novo produto, o utilitário esportivo NX.

O modelo desembarca do Japão na configuração 200t, com motor de quatro cilindros e 2 litros com turbo e 238 cavalos e 35,7 kgfm. Oferecido em duas versões de equipamentos, custa R$ 216.300 na opção Luxury e R$ 236.900 na F-Sport.

Com uma lista de equipamentos recheada, todo NX tem de série, ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia com conexão Bluetooth, entrada USB, navegador GPS, TV digital e câmera de ré, acesso e partida sem chave, bancos dianteiros com regulagem elétrica em 8 posições, teto solar elétrico, comandos de áudio no volante, seleção de modos de condução, rodas de 17 polegadas, controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas, airbags laterais, de cortina, joelho, além dos frontais, obrigatórios e faróis de LED com lavador.

Já a F-Sport, com pegada esportiva, troca a grade dianteira por uma peça com desenho em forma de colmeia, aumenta o aro das rodas para 18 polegadas e adiciona aos itens de série memória nos bancos dianteiros, head-up display, teto solar panorâmico (maior do que o outro modelo), suspensão adaptativa e mais um modo de condução.

Tem concorrentes?

“Não viemos para o Brasil pensando em um ou outro concorrente”, diz o CEO da Lexus para a América Latina, Steve St. Angelo. Porém, o principal rival do NX 200t, em proposta e faixa de preço é o Range Rover Evoque.

Os SUVs britânico e japonês "bebem da mesma fonte" quando o assunto é design e motorização. Ambos apostam em um visual arrojado, com linhas ousadas, e têm sob o capô motores de 2 litros com turbo, e potência na casa dos 240 cv. Nas vendas, ele é o mais popular da Land Rover no Brasil, com média mensal de 300  unidades emplacadas, de acordo com a Fenabrave.

Ao considerar o porte do NX, com 4,63 m de comprimento, os rivais se tornam menos óbvios. Nesse caso, entram BMW X3 e Audi Q5, todos com medidas semelhantes. Vale lembrar que o Evoque é menor em no comprimento.

Vai vender quanto?

Modesta nos números, a Lexus espera emplacar 1.200 veículos no Brasil em 2015. A meta é encerrar o ano com uma média de 100 unidades mensais. Destas, entre 40 e 60 unidades devem ser do NX 200t. Se a previsão se cumprir, ele será o carro-chefe da marca no país.

Atendendo a um público mais jovem, a versão F-Sport deve ser a mais procurada. O mix entre as duas versões, entretanto, poderá ser modificado de acordo com a procura.

E se a demanda for maior e o dólar continuar a subir?

Mesmo com números de venda definidos, a Lexus parece despreocupada com volumes de venda do NX no país. Seja para mais, seja para menos. “As concessionárias devem entender que o que importa é a experiência Lexus, não o volume. Não vamos encher o mercado de carros só por fazê-lo”, disse St. Angelo.

Todo o discurso passa pelo crescimento sustentável que a Lexus planeja para o Brasil. Se a demanda superar a oferta pelo SUV, a marca disse que poderá criar uma fila de espera. Por outro lado, a instabilidade do valor do dólar em relação ao real pode atrapalhar os planos de manter o preço do NX 200t.

A tabela é a mesma desde o início de fevereiro, quando a marca abriu pré-venda. Na época, a moeda americana estava cotada abaixo dos R$ 2,80. Hoje, chega na casa dos R$ 3,25. “Vamos nos esforçar para manter o preço. Não podemos fazer nenhuma mudança tão cedo. Se deixarmos passar, talvez possamos perder algo”, afirmou o gerente de marketing e produto da Lexus, Evandro Maggio.

Como anda?

O G1 andou no NX 200t no lançamento do modelo, realizado em uma pista, no interior de São Paulo. O contato foi rápido, de apenas quatro voltas na versão F-Sport e duas no Luxury, mas, mesmo assim, algumas características do modelo puderam ser notadas. 

Andar com um SUV em uma pista parece tão adequado quanto colocar um cupê em uma estrada de terra. Entretanto, o Lexus se saiu bem, em meio a curvas fechadas, de baixa velocidade.

A rolagem da carroceria, normal para modelos mais altos (veja tabela de concorrentes), não foi excessiva, sobretudo na F-Sport, que conta com suspensão adaptativa. Por outro lado, a diferença entre os modos de condução (com exceção do Eco) não pareceram tão claras.

Durante a maior parte do tempo, o veículo esteve na configuração Sport+, a mais adequada para pistas. Porém, respostas do motor e peso da direção não pareceram tão mais imediatos e rígidos do que os da Sport, disponível na Luxury. Nas opções Normal e Eco, o NX é mais contido, e roda com suavidade.

Nas retas, sobretudo, dá para perceber um certo atraso nas respostas. Porém, a não ser que você utilize o carro apenas em autódromos, tudo isso é absolutamente normal para um utilitário esportivo que não tenha sido feito pela Porsche, ou então preparado pelas divisões AMG, RS ou Motorsport, de Mercedes, Audi ou BMW, respectivamente.

O que irá agradar aos proprietários no cotidiano são as trocas de marchas do câmbio de seis velocidades. Se preferir, há como realizar as mudanças por meio de aletas atrás do volante. O isolamento acústico é exemplar, fazendo até o ronco do motor passar despercebido no interior do veículo.

Tem o mesmo luxo de outros Lexus?

Ao entrar no NX, o modelo mostra que é um legítimo Lexus no desenho e na construção da cabine. O console central possui o formato de ampulheta, semelhante ao da grade do radiador

Ali, estão concentrados todos os comandos do veículo, como os do ar-condicionado digital, aquecimento dos bancos, modos de condução, controle de estabilidade e da central multimídia, que não é sensível ao toque, mas tem uma espécie de touchpad para navegar entre as funções. O relógio analógico, cravado no meio do console confere um charme extra.

Há muito couro, porém é possível encontrar plásticos (de boa qualidade) em algumas superfícies. Nada que comprometa, mas são coisas que certamente não ficam a vista nos sedãs LS e ES. O espaço à interno agrada, e é suficiente para cinco ocupantes. O porta-malas, de 580 litros anunciados, pareceu menor do que de fato, é.

Vale a pena?

Mesmo com o apelo do luxo, o Lexus NX 200t consegue ser uma das melhores opções do segmento. Com uma lista de equipamentos recheada, e um conjunto competente, além do visual atraente e acabamento de primeira, ele ainda sai mais em conta do que alguns rivais.
Na comparação direta com o Evoque, as versões Prestige, de R$ 222.500 e Dynamic, de R$ 231.500 são as que mais se aproximam do Lexus. Porém, o SUV japonês leva pequena vantagem nos equipamentos de conforto e segurança.

Os alemães BMW X3 e Audi Q5, em suas configurações próximas em preço do NX, ficam devendo em motor e equipamentos. O BMW, na versão X Line, de R$ 221.950 tem um 2.0 de 184 cv. Já o Audi, que sai por R$ 221.900 na versão Attraction, tem sob o capô outro 2.0, mas de 225 cv.

No fim das contas, a previsão da Lexus de vender até 60 carros por mês parece conservadora, levando em consideração o bom produto que é o NX 200t. Isso porque o Lexus é, ou mais barato, ou mais potente, ou mais equipado do que os rivais, quando não alia mais de uma das vantagens.

 

Fonte:AutoEsporte