EDUCAÇÃO
Primeiro jovem brasileiro irá ao espaço testar equipamento criado em escola.
Estudantes da educação básica são desafiados a desenvolver um dispositivo eletrônico compacto.
Em 25/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O estudante de engenharia elétrica Pedro Nehme, da Universidade de Brasília (UnB), está prestes a viajar para o espaço. Lá, vai conduzir um experimento criado por estudantes de escolas públicas, que será selecionado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) por meio de uma chamada pública.
O quinto Anúncio de Oportunidade do Programa Microgravidade abre prazo para cadastro de propostas até 27 de abril.
Estudantes de educação básica brasileira são desafiados a desenvolver um dispositivo eletrônico compacto, capaz de avaliar os aspectos fisiológicos relacionados à exposição do corpo humano ao ambiente de microgravidade e hipergravidade. O edital prevê a parceria com instituições de ensino superior. A divulgação do resultado será em 2 de maio.
Seleção
A seleção do experimento para a viagem está sendo feita por meio do 5º Anúncio de Oportunidade (5º AO), do Programa Microgravidade da AEB. O edital é direcionado a escolas públicas de educação básica em parceria com instituições de ensino superior (IES).
As propostas devem ser cadastradas exclusivamente pela internet, por meio do formulário eletrônico disponível no portal do Programa. Os interessados têm até o dia o dia 27 de abril fazer a inscrição. A divulgação do resultado está prevista para o dia 2 de maio.
Destaque
Ex-bolsista do Ciência sem Fronteiras (CsF) e ex-estagiário da agência espacial norte-americana Nasa, o brasiliense de 23 anos ganhou uma promoção mundial assim que voltou do intercâmbio; o prêmio é um voo suborbital, que está previsto para ocorrer no final do ano.
Pedro Nehme será o segundo brasileiro a ir para o espaço, sendo o primeiro civil. Em 2006, o militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Marcos Pontes embarcou em um voo orbital para a Estação Espacial Internacional.
No caso de Pedro, o veículo espacial não entrará em órbita e a viagem terá duração total de uma hora. Serão entre cinco e seis minutos em microgravidade. “Estou ansioso para essa missão”, afirma.
Perfil
Pelo Ciência sem Fronteiras, Pedro estudou na Catholic University of America em Washington (EUA) no ano de 2012. Três meses depois de sua chegada ao país norte-americano, foi selecionado junto com outros seis bolsistas do CsF para o estágio na Nasa, no Goddard Space Flight Center, onde permaneceu por nove meses. Lá, trabalhou na divisão de astrofísica, com balões de grande altitude – capazes de levar instrumentos de pesquisa para a estratosfera.
Foi exatamente esse conhecimento que ajudou Pedro a ganhar o concurso da empresa aérea que vai levá-lo ao espaço. A tarefa consistia em acertar o local onde um balão lançado do Deserto de Nevada (EUA) cairia. Os participantes teriam que marcar a altitude em que o objeto estouraria, além da latitude e longitude. O estudante acertou a altitude exata e seu palpite foi o que mais se aproximou da localidade certa no mapa.
Logo que voltou do CsF, Pedro foi selecionado para estagiar na AEB. Agora, é bolsista na agência. “Todo mundo que participa do Ciência sem Fronteiras tem algo a contribuir quando volta”, ressalta. Para o futuro, o estudante – que se forma no final deste ano – vislumbra seguir no ramo aeroespacial. “Gostaria muito de contribuir para o programa espacial brasileiro.”
O veículo espacial que levará Pedro está sendo finalizado e entrará em testes. Enquanto isso, o rapaz participa de treinamentos promovidos pela AEB. No início de março, esteve nos Estados Unidos para treino em uma centrífuga.
Em abril, irá à Rússia para testes de gravidade zero. Até a viagem para o espaço, será acompanhado pelo centro de medicina aeroespacial da FAB no Rio de Janeiro, onde fará, também, simulações de falta de oxigênio, ejeção e desorientação espacial.
Programa Microgravidade
O Programa Microgravidade tem por objetivo colocar cargas úteis de veículos espaciais à disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso e suporte técnico para a viabilização de experimentos.
É desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira, em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IAE/DCTA) e Instituições de Ensino Superior (IES).
Atualmente, os ambientes de microgravidade disponíveis são voos em foguetes de sondagem brasileiros. Os experimentos são selecionados entre propostas apresentadas por universidades e institutos de pesquisa interessados, de acordo com os Anúncios de Oportunidades (AOs) publicados.
Fontes: Portal Brasil com informações do Ministério da Educação, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Agência Espacial Brasileira