ECONOMIA NACIONAL
Produção de veículos no Brasil cai 22,8% em 2015, diz Anfavea.
Indústria automotiva do país tem a produção mais baixa desde 2006.
Em 07/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil encolheu 22,8% em 2015, em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pela associação de fabricantes (Anfavea). No ano passado, saíram das fábricas instaladas no país 2.429.463 unidades, contra 3.146.386 em 2014.
Com o resultado ruim, a indústria automotiva do país volta a nível registrado em 2006 (2,4 milhões), afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Moan. O pico foi em 2013, com 3,71 milhões de unidades.
"A crise em 2015 não teve precedentes em termos de profundidade. As questões políticas acabaram contaminando a economia de uma forma bastante forte, diminuindo a confiança do consumidor e do empresário", disse Moan.
Empregos
No final de dezembro, as montadoras de veículos empregavam diretamente 129.776 trabalhadores, o que significa o fechamento de 10,2% dos postos, em relação aos 144.508 empregados no final de 2014. Em 2013, o setor empregava 157 mil.
Segundo Moan, cerca de 5,1 mil funcionários encerraram o ano afastados de suas funções devido a suspensão temporária dos contratos (lay-off), e outros 35,6 mil podem entrar no Plano de Proteção ao Emprego (PPE), proposto pelo governo federal.
Segmentos
A fabricação de carros, picapes, SUVs e furgões caiu menos que a média geral, que inclui caminhões e ônibus. Em 2015, foram produzidos 2.333.903 milhões de automóveis e comerciais leves - uma redução de 21,5% na comparação com os 2,97 milhões de 2014.
Já a produção de caminhões despencou 47,1%, para apenas 74.062 unidades em 2015. De acordo com a entidade, o nível de vendas voltou ao de 2003 e o de produção a 2002.
No segmento extrapesado, a queda chegou a 60%, segundo Luiz Carlos de Moraes, vice-presidente da Anfavea.
As linhas de montagem de ônibus concluíram apenas 21.498 unidades, o que representa declínio de 34,7%, ante o ano anterior.
Vendas
O ritmo das linhas de montagem acompanhou os emplacamentos de veículos no país, que tiveram queda de 26,55% em 2015. Foi o 3º ano seguido de baixa e pior resultado de vendas desde 2007.
De acordo com a Anfavea, os licenciamentos de carros novos importados caíram 32,8%, índice superior ao dos novos nacionais, que foi de 25,2%.
Exportações
Se 2015 teve um ponto positivo foi o aumento das exportações, que cresceram 24,8%. De acordo com a entidade, saíram do país 416.955 unidades de carros, caminhões e ônibus. A aposta para 2016 também é o mercado externo, a partir de novos acordos firmados com Paraguai, Colômbia e Uruguai.
No entanto, em valores, as exportações caíram cerca de US$ 1 bilhão, para US$ 10,49 bilhões em 2015. De acordo com Moan, a queda do valor se deve a poucos veículos de alto valor exportados, como caminhões.
Renovação da frota
Diferentemente da Fenabrave, que reúne as distribuidoras de veículos, a Anfavea não acredita em uma definição a curto prazo sobre o projeto de renovação da frota, apresentado ao governo federal. A proposta foi feita por 19 instituições em dezembro.
A Anfavea já havia entregue um plano de renovação para caminhões há cerca de 1 ano e meio, mas ainda não teve resposta do governo. "Como sabíamos que o governo faria uma análise bastante profunda, decidimos incluir os veículos leves", afirmou Moan.
"Renovação da frota é um objetivo da nossa entidade há mais de 20 anos. A idade media é muito alta, principalmente de caminhões: 250 mil têm mais de 30 anos. É um desperdício de produtividade", completou o executivo.
Expectativa para 2016
A Anfavea projeta um crescimento de 0,5% na produção nacional de veículos em 2016, mesmo com uma estimativa de nova queda dos licenciamentos, de 7,5%. As exportações devem aumentar 8,1%, segundo projeção da entidade.
Para chegar a este resultado, a entidade usou como base a previsão de queda de 3% do PIB e também a média diária de vendas do terceiro trimestre de 2015, que ficou em 9.425 unidades por dia. O presidente da Anfavea chamou essa média de "porão da crise", porque no 4ª trimestre a média subiu.
Fonte: Auto Esporte