MOTOR

Produção de veículos no Brasil cai 15,1% em outubro, diz Anfavea.

Comparação é sobre o mesmo mês do ano passado.

Em 07/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A produção de veículos no Brasil recuou 15,1% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta segunda-feira (7).

Foram montados no total 174.150 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 205,1 mil no mesmo mês do ano passado. O volume de outubro é 2,3% superior ao verificado em setembro deste ano, com 170.304.

Já entre janeiro e outubro, a indústria automotiva nacional produziu 1,73 milhão de unidades, o que representa queda de 17,7% em relação às 2,1 milhões registradas no mesmo período de 2015.

O resultado do setor é o pior desde 2003 para outubro e também para o acumulado nos 10 primeiros meses do ano, segundo a Anfavea.

O encolhimento na produção acompanha o recuo de 17,2% nos licenciamentos novos, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e de 0,6% sobre setembro. No acumulado do ano, a diferença nas vendas chega a -22,3%, o que levou o mercado aos patamares de 2006.

Produção de veículos no Brasil - Anfavea (Foto: Arte/G1)

Expectativa de melhora
O setor aposta que o Salão do Automóvel de São Paulo possa recuperar o entusiasmo dos consumidores brasileiros. O evento começa nesta terça-feira (8), com transmissão ao vivo do G1, mas abre para o público apenas na quinta-feira (10).

"Esperamos que esse seja o melhor Salão do Automóvel de todos os tempos, no que se refere à estrutura. Serão cerca de 150 lançamentos, e queremos que traga essa virada e que voltemos a crescer", disse Antonio Megale, presidente da Anfavea.

"Notamos que a confiança está voltando, com a queda de medo de perder emprego. Mas o mês de outubro chegou a piso histórico de financiamentos nas vendas, com 51,7%. O restante foi à vista", explicou o executivo, ressaltando a dificuldade do brasileiro de conseguir crédito.

Para os últimos 2 meses do ano, a Anfavea espera que a produção apresente números bastante positivos, que permitam uma redução do prejuízo no acumulado do ano para algo mais próximo de queda de apenas 5,5%.

"Vemos com risco o número (-5,5%). Mas teremos resultados fortes no final do ano. Prevemos mais de 200 mil unidades para a produção em novembro, que será o melhor mês do ano", afirmou Megale. "Prevemos crescimento de 1 dígito para 2017. Ainda é cedo para dizer quanto, mas acreditamos em 1 dígito parrudo", completou.

Emprego
Cerca de 900 vagas de trabalho foram fechadas de setembro para outubro. Em 12 meses, o setor reduziu o número de empregados diretos de 132,8 mil para 123,7 mil, o que representa 6,9% do total.

A associação diz ainda que no final de outubro 7.700 funcionários estavam com algum tipo de restrição na jornada de trabalho.

No total, 5.300 estão no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz a carga horária e os salários, e outros 2.400 com os contratos temporariamente suspensos, o chamado lay-off.

Outros mercados
Em outubro, as exportações chegaram a 36.913 unidades, uma queda de 7,5% comparado ao mesmo mês de 2015. Mesmo assim, o acumulado segue com alta de 19,7% nas exportações, com 400.597 unidades de janeiro a outubro, enquanto no ano anterior o setor havia exportado 334.571 no período.

"As exportações poderiam ter sido melhores, mas uma de nossas associadas teve problemas com a retomada da produção", disse Megale. "Também está acontecendo uma 'operação padrão' na Receita Federal, que atrapalha a exportação."

Pior para pesados
Os veículos leves, mais conhecidos como carros de passeio, SUV, picapes e furgões, somam 1,67 milhão e são responsáveis pela grande maioria da produção nacional, com queda levemente abaixo da média geral.

A piora no índice vem dos veículos pesados, que somaram cerca de 67 mil unidades neste ano. A produção de caminhões encolheu 31,8% sobre o outubro de 2015 e 22,9% no acumulado do ano, enquanto as linhas de chassis de ônibus fabricaram 34,3% e 19% menos, nos mesmos tipos de comparação.

Fonte: Auto Esporte