MEIO AMBIENTE
Produtores rurais são autuados por uso de veneno em vegetação no ES.
Herbicida é usado pelos fazendeiros para aumentar a área de plantio.
Em 01/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Dois produtores rurais foram autuados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta quinta-feira (31), por uso de veneno na vegetação nativa, em propriedades de Linhares, Norte do Espírito Santo. Eles vão responder por crime ambiental de desmatamento e podem pegar pena de três meses a um ano de detenção
O Ibama já fiscalizou sete áreas irregulares no município e constatou o problema de desmatamento em quase 700 hectares. Segundo o instituto, o herbicida é usado pelos fazendeiros para aumentar a área de plantio.
Por meio de um buraco no tronco, o veneno é injetado na árvore pelos produtores.
“Pela característica do buraco, a gente pode perceber que ele foi feito com a intenção de colocar o herbicida e ficar acumulado na árvore. O inseto, quando faz o buraco, não abre para baixo, para mão acumular água. Nesse caso, não. A característica do buraco é de que foi para acumular, feito pelo próprio produtor rural”, falou analista ambiental do Ibama Givanildo Lima.
Por causa do herbicida, árvores centenárias se deterioram e morrem em um ano. Segundo o Ibama, que fiscaliza propriedades rurais de Linharesx desde 2015, o desmatamento acontece, principalmente, em áreas de preservação permanente, próximas ao Rio Doce, onde há lavouras de cacau.
“O produtor está trocando a espécie de cacau dele, que antes dependia da sombra da mata atlântica por uma espécie que é resistente ao sol. Então, a intenção é desmatar, tirar as árvores e plantar. Em outras áreas que nós identificamos, eles estavam fazendo isso aumentar a área de pasto, de pecuária”, explicou Lima.
O Ibama destacou que a área identificada como desmatada vai ser embargada e um processo vai ser aberto em face do proprietário para obrigá-lo a recuperar o dano. “A área vai ficar embargada até que a floresta seja recuperada e a multa dele vai ser de R$ 5,5 mil por hectare”, disse o analista.
Fonte: G1-ES