EDUCAÇÃO

Professores fazem formação para melhor atender alunos com altas habilidades

Uma aluna que possui baixa visão e é uma exímia desenhista ou um surdo que se destaca na robótica.

Em 29/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Uma aluna que possui baixa visão e é uma exímia desenhista ou um surdo que se destaca na robótica. Não fosse o olhar atento do professor em sala de aula, esses alunos com indicativos de altas habilidades e superdotação talvez não tivessem sido descobertos.

Com o objetivo de possibilitar aos profissionais conhecimentos e práticas educacionais compatíveis com as necessidades de alunos identificados na área de altas habilidades/superdotação (AH/SD) matriculados na rede municipal de ensino, teve início, na noite desta última terça-feira (28), a formação específica para servidores efetivos de Vitória.

O encontro aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Seme) e tem como propósito garantir o acesso e a permanência do estudante e disseminar conhecimentos sobre o tema nos sistemas educacionais, comunidades e famílias.

"A expectativa é ampliar a discussão sobre o tema de altas habilidades. A proposta é fazer com que um grupo de professores, coordenadores, pedagogos e outros profissionais envolvidos possa entender e contribuir na descoberta desses talentos que estão nas escolas e que, muitas vezes, não são vistos", contou Ana Lúcia Sodré, que é coordenadora de Formação e Acompanhamento à Educação Especial da Seme.

Talentos na rede de Vitória

Ela conta que há muitos alunos talentosos no universo de mais de 50 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino, e muitos deles já participam das atividades desenvolvidas nas salas de recurso das seis Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) que são referências no assunto e que, no entanto, ainda não foram descobertos.

São mais de 100 alunos participando de alguma atividade nas salas de recurso ou nos centros de ciência e instituições parceiras. 

Identificação do aluno com indicativo de altas habilidades

Professora especializada em altas habilidades e uma das palestrantes da noite, Carly Cruz orientou os professores quanto à identificação do aluno com indicativos de altas habilidades em sala de aula. "A primeira coisa é não pensar que o aluno é superdotado. É pensar na possibilidade de desenvolvimento do potencial desse aluno. Isso porque um grande problema que a gente tem é que as pessoas pensam que o aluno já vem pronto", pontuou.

A segunda orientação de Carly é que o professor esteja aberto a toda manifestação diferenciada do aluno. "Muitas vezes, a gente quer o aluno padrão, que faz tudo certinho. Quando um aluno aparentemente não respeita as regras, na maioria das vezes ele está demonstrando um pensamento que é diferente, e que não é errado. Então é não esperar uma pessoa pronta e estar aberto ao modo de aprendizagem que o aluno apresenta", ponderou.

Impacto

Sobre o trabalho que a professora Carly desenvolve nas salas de recurso, ela explica como as atividades contribuem para o desenvolvimento do aluno nas demais disciplinas. "A certeza que eu tenho é que a vida escolar do aluno que recebe o atendimento especializado tende a se diferenciar. O que importa pra nós não é se o aluno vai chegar à sala de aula mudando tudo. Mas é ele entender os seus próprios processos, as formas como ele aprende, para que ele seja mais feliz na escola e que tudo seja mais produtivo pra ele. Aí isso começa a refletir, pois ele fica feliz ao perceber que é potencialmente capaz e em algum momento ele vai demonstrar isso", explicou.

Expectativa

A professora Krisley Campos Rios, que atende alunos com deficiência intelectual na Emef Izaura Marques da Silva, em Andorinhas, ainda não atende alunos de altas habilidades e superdotação, mas com o curso espera saber identificar o estudante com os indicativos. "Se eu souber identificar essas crianças, vou poder fazer os encaminhamentos adequados e potencializar as habilidades que eles já têm facilidade para desenvolver", disse.

Aula inaugural

A aula inaugural do curso aconteceu na noite desta terça-feira (28), no auditório Angélica Lyrio Copertino, que fica na Seme. As demais aulas ocorrerão sempre às terças-feiras, das 18 às 21 horas. O encerramento da formação está previsto para acontecer em outubro de 2015.

Fonte:PMV