ESTÉTICA & BELEZA

Próteses de silicone muito grandes trazem riscos à saúde

Dependendo do volume, elas podem comprimir as costelas ou glândulas mamárias.

Em 09/10/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Folha Vitória - Reprodução

O uso de próteses de silicone muito grandes para aumento dos seios pode trazer riscos para a saúde da paciente. O alerta é do cirurgião plástico Fábio Zamprogno, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Além dos problemas mais imediatos e estéticos, como o aparecimento de estrias, a escolha de volumes acima de 350 mililitros (ml) pode causar o afinamento de costelas e glândulas mamárias e até a compressão do pulmão, gerando dificuldades para respirar.

“Existe uma tendência de as pacientes optarem por tamanhos maiores, mas eu sempre tento indicar os tamanhos menores, mas que as satisfaçam. De maneira geral, é necessário evitar a colocação de próteses muito grandes, porque elas podem trazer riscos depois de uns cinco a dez anos. A orientação, portanto, é não pensar apenas no resultado estético imediato, mas na saúde como um todo a longo prazo”, afirmou o cirurgião plástico.

Segundo Zamprogno, os problemas com próteses grandes podem acontecer tanto quando elas são colocadas atrás quanto na frente do músculo. Um primeiro risco, a curto prazo, cerca de três meses após a cirurgia, é a região dos seios exibir estrias. Isso acontece mais em mulheres jovens, que têm a pele mais firme.

Outra desvantagem das próteses muito grandes é que, quando colocadas atrás do músculo, elas comprimem as costelas. Com o passar do tempo, esses ossos vão afinando, podendo até entrar em contato com o pulmão, o que causa dificuldades de respiração. “Isso acontece devido à força mecânica que o músculo coloca sobre a prótese que, por sua vez, força a costela quando a paciente se movimenta”, explica o cirurgião.

Já as próteses muito grandes na frente do músculo peitoral podem comprimir as glândulas mamárias afinando-as. Com isso, depois de uns cinco anos, é possível ver suas dobras na pele, dando um aspecto enrugado aos seios. “Isso é o chamado rippling, que é quando as próteses ficam superficiais”, afirma.

Em seu consultório, Zamprogno sempre orienta suas pacientes a optarem por próteses em torno de 300 ou 325 ml. “Usamos um simulador 3D, que dá mais segurança para a paciente quanto ao resultado final, e ajudamos na escolha que realçará a beleza sem abrir mão da saúde, do conforto e do bem-estar”, ressalta.