POLÍTICA INTERNACIONAL
Regulador comercial dos EUA confirma que investiga o Facebook
O anúncio fez as ações do Facebook despencarem imediatamente.
Em 26/03/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O órgão regulador comercial dos Estados Unidos, a agência FTC, confirmou nesta segunda-feira (26) que abriu uma investigação sobre a proteção de dados privados no Facebook após o escândalo da Cambridge Analytica.
O anúncio fez as ações do Facebook despencarem imediatamente. Às 15H50 GMT (13H50 de Brasília), elas tinham caído 3%, a 154,60 dólares, aumentando a queda desde as revelações da utilização de dados privados de milhões de usuários pela britânica Cambrige Analytica a 18%.
“A FTC leva muito a sério as preocupantes publicações recentes da imprensa sobre as práticas do Facebook de proteção da privacidade”, disse Tim Pahl, diretor do Escritório de Proteção ao Consumidor da organização, citado em nota.
“A FTC confirma que abriu uma investigação sobre essas práticas”, acrescentou a organização, que normalmente se recusa a comentar suas investigações.
A agência reguladora “está firme e completamente comprometida a utilizar todas as ferramentas à sua disposição para proteger a privacidade dos consumidores”.
O organismo especificou que pode agir contra as empresas “que não respeitarem seus compromissos sobre a privacidade, incluído o fato de não respeitar o ‘Privacy Shield’, ou que estejam envolvidas em ações injustas em detrimento dos consumidores”.
O “Privacy Shield”, ou Escudo da Privacidade, é um acordo entre Estados Unidos e União Europeia que regula o intercâmbio de dados pessoais com propósitos comerciais.
A FTC acrescentou que as empresas com as quais assinou anteriormente um acordo amistoso “também devem respeitar as obrigações da FTC a respeito da segurança da privacidade e dos dados”.
O Facebook tinha assinado um acordo com a FTC em 2011 que deu fim às acusações de que tinha endanado consumidores, dizendo que suas informações pessoais no Facebook continuavam sendo privadas, apesar de ter compartilhado-as.
A rede social não conseguiu, apesar das repetidas desculpas de seu CEO Mark Zuckerberg, abafar o escândalo que estourou há dez dias pelas práticas da Cambridge Analytica (CA).
A empresa é acusada de recuperar dados de 50 milhões de usuários do Facebook, sem seu consentimento, e usá-los para favorecer a campanha presidencial de 2016 de Donald Trump.