CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Reguladores colaboram para acelerar aprovação de vacinas
Cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, durante entrevista coletiva em Genebra.
Em 24/07/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
"Embora a velocidade seja importante, ela não pode acontecer ao custo da comprovação dos padrões de eficácia e segurança”, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.
Órgãos reguladores que geralmente trabalham dentro de seus próprios países ou regiões vão provavelmente harmonizar esforços em torno de potenciais vacinas contra a Covid-19 para acelerar a aprovação uma vez que as imunizações se tornarem disponíveis, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, nesta sexta-feira (24).
Ao responder perguntas vindas de uma plataforma em rede social, Swaminathan também disse que os testes sobre a eficácia e segurança das vacinas —um processo que geralmente leva anos— pode ser acelerado para somente seis meses em meio à pandemia, caso os dados satisfaçam os reguladores e eles tenham informação suficiente para emitir registros.
Ainda assim, disse ela, a segurança será fundamental.
Velocidade
“Embora a velocidade seja importante, ela não pode acontecer ao custo da comprovação dos padrões de eficácia e segurança”, disse ela.
“Não é o caso de que a primeira vacina será apressadamente injetada em milhões de pessoas sem estabelecer o fato de se realmente protege e se é suficientemente segura para uso em larga escala na população.”
Existem mais de 200 potenciais vacinas contra Covid-19 em desenvolvimento, com cerca de uma dúzia sendo testadas em humanos e algumas delas entrando no estágio avançado de estudos em milhares de pacientes. Swaminathan citou as vacinas experimentais da Moderna, a que está sendo desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca, a da chinesa CanSino Biologics e um projeto de desenvolvimento de vacina na Rússia.
Para que reguladores aprovem uma vacina, os desenvolvedores terão de acompanhar os voluntários dos ensaios clínicos por meses e demonstrar que há poucas infecções entre as pessoas que receberem a vacina na comparação com aqueles que receberam um placebo.
“Gostaríamos de ver a maior taxa de proteção possível —entre 80% e 90%— isso seria fantástico”, disse ela.
Todos os estágios de testes
Swaminathan alertou que somente um pequeno número de potenciais vacinas contra a Covid-19 deve passar por todos os estágios de testes e ser aprovado para uso.
“Temos um conjunto bastante robusto de candidatas a vacina, o que é excelente, porque normalmente a taxa de sucesso... é de cerca de 10%”, afirmou.
Indagada se o mundo poderia superar a pandemia de coronavírus sem uma vacina, Swaminathan disse que buscar a chamada estratégia de imunidade de rebanho seria mortal. Cerca de 60% de uma população precisa ser infectada para adquirir a imunidade de rebanho, disse ela, um patamar que faria com que muitas pessoas morressem da doença. (Reuters)