SAÚDE

Relatório aponta 199 municípios em situação de risco para dengue.

As ações contra dengue devem ser permanente durante todo o ano.

Em 25/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (24) os resultados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). O estudo indica que 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso significa que mais de 4% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do mosquito.

Os dados foram divulgados pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta terça-feira (24), em Brasília. Além do levantamento, também foram divulgados a campanha de combate ao mosquito, o balanço da dengue e chikungunya, além da investigação dos casos de microcefalia.

Durante a apresentação, o ministro destacou que a principal preocupação, neste momento, é informar a população, com esclarecimentos sobre como prevenir novos casos. "Nós temos uma situação potencializada, com um problema de grande dimensão. Para enfrentar esta situação, precisamos de uma ação conjunta dos governos federal, estadual e municipal, além de especialistas. A sociedade também deve estar envolvida neste processo, ficando atenta às medidas para combater o Aedes aegypti que, agora, passa a ser uma ameaça ainda maior", destacou o ministro.

Marcelo Castro informou que o Ministério da Saúde acompanha as novas iniciativas de combate à dengue e ao mosquito Aedes aegypti que estão sendo desenvolvidas no País. Citou, como exemplo, o uso de mosquito transgênico, que é infectado com bactéria, além das vacinas contra a dengue. “São iniciativas novas que devem ser estudadas antes de serem disponibilizadas à população. No momento, devemos atacar, de maneira efetiva, o mosquito da dengue. Não podemos perder o foco. Essa é uma luta em que, sozinhos, não seremos vitoriosos, portanto precisamos da participação de toda a sociedade brasileira”, reforçou o ministro.

Sobre o levantamento

Realizado em outubro e novembro, o LIRAa teve adesão recorde para este período do ano, com 1.792 cidades participantes, um aumento de 22,4% se comparado ao número de municípios em 2014. A pesquisa é um instrumento fundamental para o controle do Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas.

Além das cidades em situação de risco, o LIRAa identificou 665 municípios em alerta, com 1% a 3,9% dos imóveis com focos do mosquito, e 928 com índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada. O levantamento identificou a presença do mosquito Aedes albopictus, que pode também transmitir a chikungunya, em 262 municípios.

Entre as 18 capitais que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, apenas Rio Branco está em situação de risco. São sete as capitais em alerta (Aracaju, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá, Belém e Porto Velho) e dez com índices satisfatórios (Boa Vista, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Campo Grande e Curitiba). As cidades de Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre não encaminharam os resultados.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, explicou que o mapeamento é um retrato da situação das áreas endêmicas em cada município e deve ser usado para desencadear ações de combate ao mosquito. "O estudo pode orientar as ações de controle de infestação do mosquito Aedes aegypti." Segundo o secretário, a ideia é que todo sábado seja Dia D, de combate ao mosquito à dengue. "Queremos colocar na consciência da população que todos nós somos responsáveis nesta luta”, afirmou Nardi.

Balanço

O Ministério da Saúde registrou, até 14 de novembro, 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no País. O aumento é de 176%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 555,4 mil casos. Nesse período, a região Sudeste apresentou 63,6% do total de casos.

O Estado de Goiás registrou a maior incidência de dengue, com 2.314 casos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo, com 1.615 casos por 100 mil habitantes, e Pernambuco, com incidência de 901 casos por 100 mil habitantes. 

No Brasil, também foram registrados em 2015, até 14 de novembro, 17.146 casos suspeitos de febre chikungunya, sendo 6.726 confirmados. 

Campanha

A nova campanha do Ministério da Saúde de combate a dengue, chikungunya e zika tem o slogan: “se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer”. Ela chama a atenção sobre a importância da limpeza para a eliminação dos focos do mosquito.

Fonte: Ministério da Saúde