MOTOR

Renault Kwid terá motor 1.0 de 75 cv e quer ser "mini SUV".

Compacto ganha novo 3 cilindros, que será mais potente em Sandero e Logan.

Em 04/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A apresentação do rival de Volkswagen Up e Fiat Mobi será no Salão de São Paulo, com as vendas começando logo na sequência. Uma das informações mais aguardadas é o motor que equipará o subcompacto.

Já era certo que o Kwid teria o novo motor 1.0 de três cilindros da Renault. A novidade é que este propulsor terá dois níveis de potência, e irá aposentar o propulsor de concepção semelhante usado pela Nissan no March e no Versa .

Para o Kwid, haverá uma versão mais simples, com 75 cavalos. “O Kwid é um carro leve, esta potência para ele será mais do que suficiente”, disse Olivier Murguet, presidente da Renault na América Latina. Na Índia, o Kwid pesa menos de 700 kg. Vale lembrar que o Mobi, de pelo menos 907 kg, tem motor com a mesma potência.

A outra versão do motor, também de 1 litro e 3 cilindros, será usada nos compactos March, Versa, Sandero e Logan . Porém, a potência deles não foi revelada.

Primeiro SUV

A estratégia da Renault será diferente da adotada pela Volkswagen no lançamento do Up e pela Fiat na chegada do Mobi. Ambas tiveram problemas em “emplacar” seus produtos logo que eles chegaram às lojas.

Enquanto a primeira não soube dizer que o Up era mais refinado do que a média do segmento, além de oferecer versões com poucos equipamentos e opcionais caros, a segunda pecou por criar um Mobi simples demais, com mecânica ultrapassada, e sem grandes novidades para um carro que chegaria como um “novo jeito de se mover pela cidade”.

“O Kwid vai ter uma proposta diferente, de um SUV. Será o primeiro SUV do cliente”, disse Murguet. Por mais que seja difícil considerar um carro diminuto, de menos de 3,70 metros de comprimento, um SUV, este segmento tem forte apelo de venda no Brasil, e pode motivar muita gente a comprar o Kwid e chama-lo de mini utilitário esportivo.

Sem decepção

Ponto crucial em qualquer veículo de entrada, o preço ainda é um mistério. De acordo com Murguet, entre a criação do veículo e a decisão de produzir e lançar o modelo no Brasil, foram quase dois anos. “Só lançaríamos o Kwid se tivéssemos o preço certo. Ele terá um preço competitivo, nem mais caro, nem mais barato. Não haverá decepção”, comentou.

A fala do executivo indica que o Kwid não chega para ser o carro mais barato do país, porém, a aposta deve ser no custo-benefício que fez de Logan, Sandero e Duster veículos bem-sucedidos no Brasil. A marca já confirmou que a novidade sairá de fábrica com airbags laterais em todas as versões, além das obrigatórias bolsas frontais.

Parte desta medida se deve ao mau resultado do Kwid no teste de colisão do Global NCap . O modelo indiano recebeu nota zero em proteção para adultos. Segundo a Renault, a versão brasileira receberá reforço de 200 peças novas na carroceria, além de dois airbags extras.

Saída pelos fundos

Com a chegada do Kwid, o Clio sai de cena de forma discreta, e sem qualquer tipo de homenagem. A produção será encerrada em agosto, exatos 20 anos após a chegada do compacto ao Brasil, ainda importado.

Nestas duas décadas, o Clio teve duas gerações. A primeira foi vendida entre 1996 e 1999. A segunda chegou em 1999, junto com a produção nacional em São José dos Pinhais (SP), onde foi montado até 2007. Desde então, é feito em Córdoba, na Argentina.

Neste tempo todo, passou por alguns facelifts, mas manteve a mesma linha geral, enquanto o equivalente europeu cresceu e passou por novas gerações.

O Clio ficou marcado por muito tempo por ser um carro popular que oferecia itens raros para o segmento, caso dos airbags frontais, muito antes deles se tornarem obrigatórios. A medida que a concorrência se modernizou (e o Clio não), a Renault deixou o hatch cada vez mais despojado de equipamentos, fazendo dele um forte competidor em preço de compra.

Atualmente, há uma versão única, de quatro portas, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, à venda por R$ 34,3 mil. A Renault não deve criar uma série especial de despedida do Clio, que atualmente é produzido na Argentina.

Fonte: Auto Esporte