CULTURA

RJ vota classificação indicativa em eventos para crianças

Votação ocorre hoje em regime de urgência na Alerj.

Em 19/10/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um dos projetos de lei idealizados em meio à polêmica em torno de exposições como a "Queermuseu", vetada pelo prefeito Marcelo Crivella, será votado nesta quinta-feira (18) pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A lei cria um manual de classificação indicativa em diversões públicas para crianças e adolescentes.

A proposta é da deputada Tia Ju (PRB) e será votada em regime de urgência — ou seja, bastará uma votação para que seja aprovado.

A lei obrigaria o Poder Executivo a estabelecer a idade apropriada para crianças e adolescentes em exposições culturais, espetáculos, shows e exibições abertas ao público.

"O país vive um momento de incertezas jurídicas e lacunas provocadas por falta de regulamentação especial", diz a parlamentar.

O governo teria que escolher o órgão público que faria a classificação, mas não prevê o custo do órgão. As obras seriam divididas em faixas etárias: 10, 12, 14, 16 e 18 anos.

A proposta é mais uma das respostas da Alerj às polêmicas no mundo da arte. Um outro projeto de lei para proibir a "erotização infantil" foi idealizado na mesma semana pelo deputado Edson Albertassi (PMDB), mas não foi colocado na ordem do dia.

Na mesma semana, parlamentares assinaram uma moção de repúdio à exposição "Quuermuseu". O documento ressalta que a exposição "utilizou verbas públicas para ferir a legislação vigente e agredir a formação moral, bons costumes e valores familiares da população fluminense".

No dia 3 de outubro, o Conselho Municipal do Museu de Arte do Rio (Conmar) divulgou uma nota dizendo que havia cancelado as negociações para trazer à cidade a exposição "Queermuseu", após veto da Prefeitura do Rio. O Conmar se disse favorável à mostra e a qualquer outra "que contribua para o exercício da arte como fundamento de nosso processo civilizatório"

Algumas imagens da mostra foram consideradas ofensivas por pessoas que classificam o conteúdo como um "incentivo à pedofilia, zoofilia e contra os bons costumes". Em 10 de setembro, o Museu Santander Cultural, de Porto Alegre, encerrou a exposição sobre diversidade sexual após ataques em redes sociais. A exposição entrou em cartaz no dia 15 de agosto e ficaria até o dia 8 de outubro.

O prefeito Marcelo Crivella (PRB), em entrevistas e mensagens em redes sociais, já havia se manifestado publicamente contra e disse que não permitiria a mostra.

(Foto: Reprodução/Facebook/Santander Cultural )