POLÍTICA INTERNACIONAL
Roberta Metsola é a nova presidente do Parlamento Europeu
Ela substitui David Sassoli, que faleceu em janeiro, semanas antes do fim de seu mandato.
Em 18/01/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Roberta Metsola ganhou mais exposição internacional em 2021, participando de grandes atos enquanto Sassoli se recuperava de uma pneumonia.
A deputada conservadora maltesa Roberta Metsola, eleita presidente do Parlamento Europeu nesta terça-feira (18), é vista como uma líder política moderada, apesar de sua posição controversa contra o aborto.
Representante da menor nação da União Europeia (UE), Metsola se torna a terceira mulher a liderar a instituição e a mais jovem presidente do Parlamento Europeu desde que completou 43 anos nesta terça-feira.
A responsável substitui o italiano David Sassoli, que faleceu em 11 de janeiro, semanas antes do fim de seu mandato e passar o cargo à sua sucessora.
Metsola conhece bem os corredores da UE e os meandros do poder. Ela já ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara como integrante do maior bloco parlamentar, o do Partido Popular Europeu (PPE, direita).
“Acho que temos uma candidata convincente, jovem, mulher, de um país pequeno”, disse o alemão Manfred Weber, chefe parlamentar do PPE.
A carreira de Metsola evoluiu paralelamente à entrada de seu país na UE, e sua ascensão em uma arena geralmente dominada por legisladores de grandes potências pode ajudar a destacar países que muitas vezes passam despercebidos.
Quando estudante, Metsola fez campanha para a bem-sucedida campanha do ‘Sim’ quando Malta decidiu aderir à UE em 2003 e, posteriormente, juntou-se ao Colégio Europeu em Bruges, Bélgica. Ela então passou a trabalhar em Bruxelas.
Foi eleita para o Parlamento Europeu em sua terceira tentativa, após duas campanhas mal sucedidas pelo Partido Nacionalista Maltês.
“Levei quase dez anos para me tornar membro do Parlamento Europeu. Eu poderia ter desistido”, escreveu Metsola, mãe de quatro filhos.
Uma vez no Parlamento Europeu, rapidamente subiu na hierarquia do PPE, lidando com dossiês que incluíam questões delicadas como imigração e liberdade de imprensa.
Metsola reivindicou o cargo de vice-presidente em 2020, depois que a legisladora irlandesa Mairead McGuinness deixou seu cargo para se tornar comissária europeia.
Um eurodeputado verde descreveu Metsola como “um membro moderado do PPE e muito boa em construir pontes” entre grupos políticos.
Metsola ganhou mais exposição internacional em 2021, participando de grandes atos enquanto Sassoli se recuperava de uma pneumonia.
No entanto, sua oposição ao aborto, que continua ilegal em Malta, fez com que sua candidatura ao cargo principal enfrentasse oposição de alguns legisladores.
Em 2015, os eurodeputados malteses do seu Partido Nacionalista alegaram que o aborto continuava a ser uma “linha vermelha” que não devia ser ultrapassada e que era impossível para a UE abordar a questão.
“Em saúde e direitos sexuais e reprodutivos, a posição do Parlamento Europeu é clara. Como presidente do Parlamento, meu dever é representar a opinião do Parlamento”, disse ela em uma entrevista recente.
Uma eurodeputada destacou que a firme oposição de Metsola ao aborto é seu “ponto fraco”, embora a mesma legisladora tenha destacado sua defesa dos direitos da comunidade LGTBI, posição que é justamente incomum em seu bloco político. (AFP)
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