NEGÓCIOS
Royal Dutch Shell vende fatia em campo de gás da Irlanda
O negócio resultará num prejuízo contábil de até US$ 750 milhões para a companhia.
Em 13/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Royal Dutch Shell vendeu sua participação em um controverso campo de gás irlandês por até US$ 1,23 bilhão para um dos maiores fundos de pensão do Canadá. O negócio resultará num prejuízo contábil de até US$ 750 milhões para a companhia anglo-holandesa.
A Shell liderou o desenvolvimento do campo de gás Corrib, localizado no Oceano Atlântico, a 80 quilômetros da costa do condado rural irlandês de Mayo. O campo começou a produzir em 2015, após anos de atrasos por causa da forte oposição à construção de um gasoduto associado.
O acordo com o Canada Pension Plan Investment Board tira a Shell do setor de desenvolvimento de energia na Irlanda. Uma subsidiária do fundo de pensão controlará a fatia de 45% da Shell no campo Corrib, enquanto a Vermillion Energy, companhia de petróleo e gás sediada em Calgary, será o novo operador do campo, informaram a Shell e o fundo de pensão nesta quarta-feira.
A transação será de US$ 947 milhões inicialmente, com pagamentos de até US$ 285 milhões entre 2018 e 2025, a depender dos preços do gás e da produção no período.
A Shell informou que o negócio era consistente com seu plano de vender US$ 30 bilhões em ativos até 2018, como parte de seu esforço para melhorar seu balanço, após se endividar com a aquisição em 2015 do BF Group por mais de US$ 50 bilhões.
Após adquirir a companhia que descobriu o campo Corrib em 2002, a Shell enfrentou forte oposição contra seus planos de construir um gasoduto para transportar o gás do campo até um terminal, diante de preocupações com o meio ambiente. Isso levou a mudanças no trajeto do gasoduto, que elevaram custos e provocaram atrasos na obra.
A Shell disse também que assumirá um prejuízo contábil de US$ 400 milhões por causa de flutuações cambiais entre o euro e o dólar assim que o acordo for concluído, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2018. Mas a empresa manterá uma presença na Irlanda por meio de uma joint venture no setor de aviação.
Imagem: Shell/Divulgação