CIDADE
Rua da Lama vira terra sem lei com ruas interditadas e carros de som.
Moradores de Jardim da Penha, em Vitória (ES), reclamam de consumo de drogas.
Em 20/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Ruas fechadas, cheiro forte de urina, uso de drogas e carro de som capaz de tremer os vidros dos prédios. Esse é o cenário relatado por moradores de Jardim da Penha entre a tarde e a noite deste domingo (19). Com receio de represálias, eles contam o que aconteceu, mas preferem não se identificar.
Tudo teria começado por volta das 15h, na Avenida Anísio Fernandes Coelho. "Eles posicionaram os carros de som, fechando a avenida. Mais tarde, chegou um carro maior, o som era um negócio absurdo. Dentro da minha casa as janelas tremiam", conta o síndico de um condomínio no bairro.
O síndico afirma ter visto até uma pessoa recebendo dinheiro para fechar a avenida. "Eles interditam as ruas no entorno. Tinha gente acendendo crack na porta da minha garagem. Tive que fechar a casa toda. Você não conseguia assistir TV. Ontem (domingo) dava medo de ver. Aquilo não era um bloco de carnaval, foi um movimento funk. Ouvi pessoas falando que viram o evento pelo Facebook."
Ainda de acordo com o síndico, nenhuma autoridade resolveu a situação. "A Guarda Municipal não deu as caras. O pessoal do Exército apareceu, ficou olhando e não fez nada. E não existe polícia. Ninguém fez nada e nem deu retorno."
A sensação era de medo. "A nossa rua virou um lixo, com cheiro de xixi e casais quase tendo relação sexual. Ontem dava medo de ver. Geralmente, acontece um baile funk na Lama, mas ontem foi algo atípico", diz o síndico.
Com o passar das horas, o grupo que estava no meio da Avenida Anísio Fernandes Coelho migrou para a região da Rua da Lama. "Ontem estava insuportável. A rua virou banheiro público, com cheiro de urina e fezes. O cheiro de droga é absurdo. Eles fecham a rua, parece carnaval fora de época. Mas isso não está acontecendo por causa do carnaval. Isso para os moradores é rotina. A prefeitura não faz nada", desabafou outro morador.
Rua da Lama
O baile funk a céu aberto, geralmente, não é no domingo, mas nas sextas-feiras. "Uma vez tive que entrar na contramão para conseguir chegar em casa. Aqui é carro de som fechando rua e ninguém faz nada. Os moradores estão sofrendo há um ano e meio, dois anos. Nós fizemos uma reclamação na prefeitura. A polícia vem, eles param por uns dois meses, depois voltam. E se você pede para parar, as pessoas dizem: 'Se muda'. Não são pessoas da região", diz o morador
Prefeitura de Vitória
Em nota, o serviço do Disque-Silêncio da Secretaria de Meio Ambiente informa que foi acionado na noite do dia 19 de fevereiro, na Rua da Lama, mas os agentes não puderam chegar até o local onde estava o carro de som, devido a grande multidão e não havia policiamento necessário.
Informa, ainda, que o bloco ou baile não tinha autorização da Prefeitura para realizar o evento. Os agentes informaram à Guarda de Trânsito o número da placa do carro de som, para que sejam tomadas as medidas necessárias.
Guarda Municipal de Vitória
A Guarda Municipal disse que, após o morador acionar o 190, é decidido qual viatura irá ao local. O chamado pode ser atendido tanto pela Guarda, quanto pelo Exército. E quem decide é o Ciodes.
Polícia Militar
Apesar de o comando da segurança pública do Estado ter voltado para o Ciodes, a assessoria da Polícia Militar pediu para que as informações sobre o caso fossem demandadas ao Exército.
Por Laila Magesk, do Gazeta Online