NEGÓCIOS
Samarco e credores falham em conversas para fechar acordo
Uma primeira proposta feita pela companhia havia sido rejeitada pelos credores em julho.
Em 28/12/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Em nota, a Samarco afirmou que “continua interessada em se envolver em uma reestruturação consensual de sua dívida com o Grupo Ad Hoc.
A Samarco, joint venture da brasileira Vale com o grupo anglo-australiano BHP, e seus credores falharam em conversas para um acordo de recuperação judicial em um primeiro momento, mas as negociações devem continuar, informaram ambos em comunicados separados nesta segunda-feira.
Uma primeira proposta feita pela companhia havia sido rejeitada pelos credores em julho.
Posteriormente, os dois lados fizeram novas propostas, mas sem entrar em um acordo durante negociações.
Em nota, a Samarco afirmou que “continua interessada em se envolver em uma reestruturação consensual de sua dívida com o Grupo Ad Hoc e espera retomar as negociações com o Grupo Ad Hoc no devido tempo”.
Já o Grupo Ad Hoc, que reúne detentores de dívida da Samarco, afirmou em um comunicado separado que acredita na capacidade da Samarco de se recuperar, “gerando resultados para todos os seus stakeholders — entre eles seus milhares de funcionários e o Estado de Minas Gerais”.
“Como Vale e BHP não compartilham dessa visão, a solução deve incluir a correta alocação de responsabilidades pela tragédia do Fundão, com um novo bloco de controle assumindo após a aprovação de um plano alternativo de recuperação judicial”, afirmou.
Procuradas, Vale e BHP não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
A Samarco teve seu pedido de recuperação judicial deferido pela justiça em abril deste ano. Em outubro, a Justiça permitiu uma prorrogação do período de proteção contra ações de execução de dívidas pelos credores, com novo prazo previsto para se encerrar em abril de 2022.
O rompimento de uma barragem da Samarco em 2015 deixou 19 mortos e centenas de desabrigados, além de poluir o rio Doce em toda a sua extensão até o mar capixaba, no que foi considerado à época o maior desastre socioambiental da história do país e levou a empresa a graves problemas financeiros. (Por Marta Nogueira e Carolina Mandl - Reuters)
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