SAÚDE

SBACVES: Dia Mundial da Trombose alerta para riscos da doença

A trombose é responsável por uma em cada quatro mortes no mundo, segundo a SBACVES.

Em 13/10/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Tati Beling/Ales

O alerta é do Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Ciurgia Vascular Regional Espírito Santo (SBACVES), Dr, Eliud Duarte Junior.

Uma doença slenciosa (assintomática) é responsável por uma em cada quatro mortes no mundo: a trombose. O Brasil registrou em 2020, aproximadamente 200 mil casos de trombose.

 A trombose acomete especialmente as veias das pernas, Trombose Venosa Profunda – TVP; e os pulmões, Embolia Pulmonar.

O Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Ciurgia Vascular Regional Espírito Santo (SBACVES), Dr, Eliud Duarte Junior, destaca que nesta quarta-feira, 13 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Trombose, data internacional que busca aumentar a conscientização sobre a doença.

“O objetivo é ampliar a disseminsção de informações a respeito da doença e assim, reduzir o número de casos não diagnosticados, bem como melhorar as medidas para prevenção com base em evidências, sistematizar os cuidados possibiolitando a criação de estratégias capazes de garantir “melhores práticas” para a prevenção, diagnóstico e tratamento, recursos adequados e apoio à pesquisa", declara Dr. Eliud.

Mas o que é é trombose e quais as causas?

“A trombose venosa é caracterizada pela formação de um trombo (coágulo) dentro de uma veia, que interrompe parcial ou completamente o retorno da circulação do sangue para o coração no segmento afetado. Na maior parte dos casos, ocorre nos membros inferiores (pernas) ou ainda na região do quadril. O indivíduo pode apresentar endurecimento da musculatura da panturrilha, dor, inchaço e aumento das veias mais superficiais. Quando o coágulo se desprende da parede da veia, pode seguir pela corrente sanguínea até o pulmão e acarretar embolia pulmonar. Uma condição grave que gera falta de ar, tosse com sangue, dor intensa no peito e risco de morte. É um quadro que demanda socorro imediato”, explica o Presidente da SBACV-ES.

Ele acrescenta que o tromboembolismo venoso (TEV) decorrfe da formação de trombos no sistema venoso. Quando um trombo se forma em uma veia profunda é chamado de uma Trombose Venosa Profunda (TVP). Quando o trombo se solta, segue pela corrente sanguínea e se aloja nos pulmões. É o que chamamos de Embolia Pulmonar (EP). Juntos, TVP e EP são conhecidos como TEV.


 A trombose acomete especialmente as veias das pernas, Trombose Venosa Profunda – TVP; e os pulmões, Embolia Pulmonar. Foto: Arquivo/Correio Capixaba

Os principais fatores de risco são:
- imobilização prolongada
- Síndrome Metabólica e obesidade
- Uso de hormônios femininos associados ao hábito de fumar
- Cirurgias de longa duração ou traumas
- Idade avançada
- Câncer
- Gravidez
- Pós-parto
- Presença de varizes
- Insuficiência cardíaca
- História prévia de trombose venosa
- Viagens aéreas longas

O histórico familiar também é importante fator de risco.

Algumas pessoas desenvolvem um quadro trombótico em decorrência da trombofilia, quando as enzimas do sangue responsáveis pela coagulação do sangue apresentam alguma anormalidade genética.

É uma das principais preocupações de médicos após cirurgias de grande porte.

Como é relizado o diagnóstico?

Exames clínicos, de sangue e/ou ultrassom Doppler auxiliam no diagnóstico. De modo geral, o tratamento inclui medicamento anticoagulante, repouso com as pernas elevadas, numa fase inicial, e, em alguns casos, uso de meias elásticas medicinais recomendadas pelo médico.

Aos pacientes recém operados, a conduta tem sido o estímulo à deambulação precoce (caminhada) e o us de meias eláticas especiais.

Contribuem para a prevenção, a prática regular de atividades físicas como caminhadas, evitar o tabagismo, controlar o peso e manter uma dieta saudável.

Pacientes já recuperados de trombose precisam seguir cuidados especiais?

Sim. Indivíduos que já desenvolveram trombose estão mais propensos a novos eventos e precisam ser acompanhados sistematicamente por um angiologista ou cirurgião vascular. Há casos em que o indivíduo precisa fazer uso de medicamentos anticoagulantes e há aqueles em que é prescrito o uso de meias de compressão medicinal.

Quais hábitos e atitudes devem ser adotadas para evitar a formação dos trombos?

Algumas rotinas contribuem para a prevenção da trombose. Se manter em movimento é uma delas.

É fundamental praticar exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e manter uma dieta saudável. É importante não permanecer muito tempo sentado, porque isso dificulta a circulação do sangue e facilita a formação de coágulos.

Pessoas que necessitam ficar muito tempo sentadas, devem levantar regularmente, movimentar o corpo e realizar uma pequena caminhada ou alongamento.

Caso não consiga se alongar e caminhar, massageie e/ou movimente os pés e as pernas a cada 30 minutos para estimular a circulação.

​Uma boa dica é movimentar os tornozelos ou esticar as pernas por 30 segundos, por exemplo.

Dê preferência a roupas e calçados confortáveis. Consulte um angiologista ou cirurgião vascular para avaliar a possibilidade de a utilização de meias elásticas.

Hidratação é fundamental. Beba ao menos 2 litros de água por dia. A água torna o sangue mais fluído e facilita a circulação.

Reduza o consumo de sal e dê preferência a alimentos leves, frutas e legumes.

Coronavpirus: O risco de trombose é maior apenas para os que estão hospitalizados (graves ou não) ou também para assintomáticos?

O risco para complicações trombóticas é inerente à infecção pelo coronavírus. Entretanto, em pacientes hospitalizados pode ser potencializado pela redução de mobilidade inerente à condição do paciente internado, o qual deve ser categorizado quanto ao risco de complicações tromboembólicas - pelas ferramentas já existentes - e receber a profilaxia mais adequada, seja química ou física, lembrando sempre de personalizar e quantificar o risco de sangramento.

O risco ocorre em ambas as situações. A melhor alternativa é o diagnóstico e o atendimento precoce.

A Tomografia computadorizada é considerada padrão outro para a identificação do quadro pulmonar, assim como exames de sangue para identificação de marcadores, como hemograma completo, com diferencial de linfócitos e contagem de plaquetas (avaliação de anemia, leucocitose/leucopenia, linfopenia, plaquetopenia); TAP, PTTa (investigação de coagulopatias); Fibrinogênio (análise de coagulopatias de consumo, marcador de atividade inflamatória); D-dímeros (avaliação de coagulopatias de consumo ou trombóticas); Calcitonina;

Desidrogenase láctica, e outros

Ter trombose ou alguma outra condição vascular interfere no tratamento de pacientes com coronavírus?

Pacientes com histórico de trombose e/ou que fazem uso de medicamentos anticoagulantes não devem suspender o uso. É imperativo que realize o acompanhamento com um angiologista ou cirurgião vascular.

Caso testem positivo para o novo coronavírus, as medidas terapêuticas incluem o acompanhamento de marcadores por meio de exames de sangue e a realização de exames de imagem, como dissemos acima. 

Sobre:
Dr. Eliud Duarte Junior, é cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Ciurgia Vascular Regional Espírito Santo (SBACVES).

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