SAÚDE
Secretaria da Saúde orienta sobre diagnóstico precoce de língua presa.
O teste da linguinha é um exame realizado em recém-nascidos que possibilita diagnosticar a chamada língua presa .
Em 26/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O teste da linguinha é um exame realizado em recém-nascidos que possibilita diagnosticar a chamada língua presa e indicar o tratamento adequado para essa anormalidade, que pode limitar os movimentos da língua e comprometer funções como sugar, engolir, mastigar e falar. Por isso, é importante que o bebê faça o teste o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro mês de vida.
O Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia, em Barra de São Francisco, no Norte do Espírito Santo, é uma das unidades que fazem o teste da linguinha e o procedimento de pique na língua. O procedimento é realizado quando é identificado que a criança possui o frênulo (aquela pele em forma de fio debaixo da língua) fixado mais perto da ponta da língua, interferindo em movimentos como de sucção, extremamente importante para que o bebê consiga puxar o leite durante a amamentação.
A língua presa é uma alteração comum entre os recém-nascidos e fácil de ser identificada por meio do teste da linguinha. O exame é rápido e não causa dor no bebê. Segundo o diretor-geral do Hospital Dr. Rita de Cássia, Kepler Reis Junior, até abril deste ano a unidade já atendeu a 199 bebês nascidos no hospital, e destes, oito fizeram a cirurgia de pique na língua. Ele diz que, em paralelo ao teste da linguinha, são desenvolvidas no hospital ações de incentivo ao aleitamento materno e esclarecimento sobre os benefícios dessa prática, além de orientações sobre o desenvolvimento auditivo e o da linguagem oral.
“A adesão das famílias a esses serviços é um ponto importante para o sucesso do tratamento, e elas recebem informações sobre os malefícios das alterações do frênulo lingual e a importância de refazer o teste quando necessário. Nos casos em que há necessidade de marcar o retorno do recém-nascido para um atendimento fonoaudiológico ambulatorial, o hospital tem alcançado adesão de 95% das famílias”, diz o diretor-geral.
Mãe de um bebê nascido no hospital, Jéssica Ferreira acha importante o acompanhamento fonoaudiológico e o atendimento até a alta hospitalar dos recém-nascidos. “Fiquei muito feliz com a atenção que o meu bebê recebeu até o momento da nossa alta, sei que tudo isso irá contribuir para o seu desenvolvimento”, disse.
Já com quem falta, o hospital entra em contato para agendar uma nova data, um esforço que, segundo Kepler Reis Junior, visa a garantir a todos os bebês que nascem no hospital o acesso ao exame tão importante. Os bebês que apresentam algum risco para desenvolver alterações fonoaudiológicas são acompanhados semestralmente pela fonoaudióloga do hospital, Bárbara Maia Moreira, para um diagnóstico precoce e encaminhamentos necessários.
De acordo com o diretor-geral, o Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia realiza a intervenção antes mesmo da lei que determina a avaliação do frênulo da língua em bebês em todos os hospitais e maternidades do Brasil ser sancionada. A Lei nº 13.002 foi sancionada pela Presidência da República em 20 de junho do ano passado.
Entenda a língua presa e o teste da linguinha
A língua presa é causada por uma pequena parte de tecido que deveria desaparecer durante o desenvolvimento do bebê na barriga da mãe, mas permanece na parte de baixo da língua, limitando os movimentos do órgão.
O teste da linguinha consiste em, primeiramente, de uma avaliação do frênulo da língua e, em seguida, avalia-se o bebê chorando e sendo amamentado. O diretor-geral do Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia ressalta que é importante que o bebê faça o exame o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro mês de vida, para que seja identificado com a maior antecedência possível se ele tem língua presa.
De acordo com a fonoaudióloga do Hospital Estadual Dra. Rita de Cássia, Bárbara Maia Moreira, o diagnóstico feito logo nas primeiras semanas de vida evita que a criança tenha dificuldade na amamentação e perca peso, além de evitar o desmame precoce e a introdução da mamadeira desnecessariamente.
A língua presa também pode interferir na distorção do som, levando a criança ter dificuldade em falar letras como R vibrante (como pronunciar a palavra barata) ou L, e outros sons que precisam da ponta da língua. Segundo a fonoaudióloga, a criança que não passa pelo diagnóstico e não realiza o procedimento do pique na língua também pode ter alterações vocais, devido ao esforço vocal para compensar a distorção do som. Além disso, a língua presa pode interferir no processo de mastigação, o que deixa maior quantidade de resíduos na boca.